Numa publicação na rede social Twitter, o Ministério da Cultura salientou que Fernanda Lapa deu, através do seu trabalho, “oportunidade, palco e voz às mulheres na representação”.
A atriz e encenadora Fernanda Lapa morreu hoje, aos 77 anos, em Cascais, onde estava hospitalizada, anunciou a Escola de Mulheres, companhia que dirigiu desde a sua fundação, em 1995.
“É com profundo pesar e imensa tristeza que a Escola de Mulheres comunica a morte de Fernanda Lapa, diretora artística desta companhia desde a sua fundação, em 1995”, pode ler-se no comunicado.
Várias vezes premiada, Fernanda Lapa coordenou as comemorações do centenário de Bernardo Santareno, que se assinala este ano, de quem a Escola de Mulheres vai levar ao palco, em novembro, a obra “O Punho”, com versão cénica da atriz e encenadora.
A fundação da Escola de Mulheres surgiu, em 1995, para “romper com o estado de coisas a que estavam remetidas as mulheres no teatro português”.
“Ao longo dos séculos, a voz das Mulheres foi silenciada em várias áreas, e também na Cultura, e não vale a pena escamotear esta realidade. Sofremos, ainda, as sequelas dessas mordaças, embora muito se tenha avançado, a partir do 25 de Abril em Portugal, pela luta das forças progressistas, mas sobretudo das próprias Mulheres e das suas Organizações”, afirmou Fernanda Lapa.
Segundo a biografia disponibilizada pela companhia que fundou, Fernanda Lapa venceu o prémio Sete de Ouro para a melhor encenação em 1992 e Prémio da Crítica para a Encenação em 1992 com "Medeia é Bom Rapaz”, tendo ainda recebido o prémio especial Procópio em 1999 e o Globo de Ouro para melhor espetáculo por “A Mais Velha Profissão”, em 2005.
A atriz, que para além do teatro também trabalhou na televisão e no cinema, recebeu ainda a Medalha de Mérito Cultural em 2005.
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