A mostra competitiva do Festival de Cannes prossegue com a exibição de mais três filmes na disputa da Palma de Ouro esta quarta-feira: "Romería", da espanhola Carla Simón, "The History of Sound", do sul-africano Oliver Hermanus, e "Sentimental Value", do norueguês Joachim Trier.
Com "Romería", a realizadora catalã fecha a sua trilogia sobre a memória familiar, uma saga alimentada pelas suas próprias experiências.
O filme conta a história de Marina, uma adolescente que viaja até à Galiza para conhecer os parentes do seu pai, que morreu vítima da SIDA quando ela era criança. Com a ajuda do diário da mãe, também vítima da mesma doença, ela aborda as lembranças e segredos da família.
Carla Simón, de 38 anos e que está no final da gravidez, fez história em 2022 ao conquistar o Urso de Ouro com "Alcarràs" no Festival de Berlim, quando também estava grávida.
Por sua vez, "The History of Sound", do sul-africano Oliver Hermanus, protagonizado por Paul Mescal e Josh O'Connor, mostra a relação entre dois homens numa área rural dos EUA na época em que a Europa era palco da Primeira Guerra Mundial.
O norueguês Joachim Trier, de 51 anos, comparece a Cannes pela terceira vez. "Sentimental Value", com Stellan Skarsgård, Elle Fanning e Renate Reinsve, mostra como o cineasta tenta refazer os laços com as suas filhas.
No total, 22 longas-metragens disputam a Palma de Ouro, sete delas dirigidas por mulheres, o mesmo número recorde de 2023.
À medida que a competição se aproxima do fim, com os prémios anunciados no sábado, alguns filmes são destacados como favoritos pela crítica, como o brasileiro "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, sobre um professor (interpretado por Wagner Moura) que foge do seu passado durante os anos de ditadura.
O ucraniano "Two Prosecutors", de Sergei Loznitsa, sobre os crimes estalinistas, também está entre os mais elogiados.
"It Was Just an Accident" (título internacional), do cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi, é outro filme bastante elogiado.
Esta quarta-feira, Cannes também recebe um convidado especial, o fundador da Wikileaks Julian Assange, para promover um documentário em que é protagonista, "The Six Billion Dollar Man", de Eugene Jarecki.
O filme mostra a vida do famoso ativista australiano, que passou 14 anos recluso entre a embaixada do Equador em Londres e uma prisão na capital britânica.
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