
"Vejo que sobrevalorizam Bruce Springsteen que foi a um país estrangeiro para dizer mal do Presidente dos Estados Unidos", escreveu Trump na sua rede social Truth, durante o voo de regresso de uma visita ao Médio Oriente, a bordo do Air Force One.
"Não tem talento, é odioso, é teimoso, é um idiota que apoiou fervorosamente Joe Biden, o vigarista", escreveu Trump, descrevendo o cantor de 75 anos, tradicionalmente apoiante de candidatos democratas, como "burro como uma pedra".
Esta "ameixa seca [...] devia FICAR CALADA", acrescentou o Presidente republicano, em maiúsculas, referindo-se ao criador de "Born in the USA" e "Dancing in the Dark".
Bruce Springsteen atacara em grande escala o atual inquilino da Casa Branca dois dias antes, durante um concerto em Manchester, no Reino Unido.
"Em casa, a América que amo, a América sobre a qual escrevi, uma fonte de esperança e liberdade durante 250 anos, está nas mãos de um Governo corrupto, incompetente e traiçoeiro", disse o criador de "The River", pedindo ao público que "levantasse as suas vozes contra o autoritarismo e deixasse a liberdade triunfar".
O cantor referiu-se a Trump como "um Presidente incapaz e um país em modo descontrolado".
"Nos Estados Unidos, as pessoas são perseguidas por exercerem o seu direito à liberdade de expressão e expressarem as suas discordâncias. Isto está a acontecer agora!", disse o cantor em palco, segundo a transcrição no seu 'site' oficial.
Springsteen denunciou ainda "os homens mais ricos" que "sentem prazer sádico na dor que infligem aos trabalhadores americanos" e "a aliança com ditadores", sendo aplaudido pela audiência, com elementos do público de punho erguido, como é visível em vídeos disponíveis na Internet.
O criador de "Tougher Than the Rest", no entanto, culminou a declaração com um sinal de esperança, acrescentando que a América é "um grande país com boas pessoas, por isso, vamos ultrapassar isto".
Manchester foi a primeira etapa da digressão de verão de ruce Sprinsgsteen pela Europa, intitulada "The Land of Hope & Dreams Tour", que, de acordo com o seu 'site', deverá atrair 700 mil fãs em 16 concertos.
O cantor, que já vendeu mais de 150 milhões de discos e é conhecido pelos seus longos concertos, nunca escondeu os seus valores progressistas.
Amigo próximo de Barack Obama, cantou em apoio da democrata Kamala Harris num comício de campanha, alguns dias antes das eleições presidenciais de novembro passado, que a candidata perdeu.
Na tomada de posse de Barack Obama, Springsteen, com Peter Seeger, interpretou a versão integral de "This Land Is Your Land", de Wooddy Guthrie, composta quando ainda se vivia a pobreza da Grande Depressão da década de 1930, reclamando uma terra de todos para todos.
Donald Trump também atacou hoje a estrela pop norte-americana Taylor Swift, apoiante da campanha democrata, escrevendo: "Ninguém percebeu que, como eu disse 'EU ODEIO A TAYLOR SWIFT', ela já não é DESEJÁVEL”.
Na terça-feira, na abertura do Festival de Cinema de Cannes, o ator norte-americano Robert De Niro também apelou à ação, "agora e com paixão", em defesa da democracia e da liberdade no seu país, face a um “Presidente inculto”.
Nos Estados Unidos, “lutamos arduamente para defender a democracia que sempre tomámos como garantida”, disse o ator de 81 anos, na cerimónia de abertura do festival francês, ao receber a Palma de Ouro honorária pela sua longa carreira.
“Ao contrário de um filme, não podemos simplesmente sentar-nos e relaxar. Temos de agir hoje, agora mesmo, sem violência, mas com paixão, com determinação! Chegou o momento, todos os que amam a liberdade devem organizar-se, protestar. Chegou também o momento de votar, quando há eleições”, apelou o ator, acrescentando: "Não é apenas um problema americano, é um problema global."
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