“Ones & Zeros”, cujo single “21st Century Heroes” foi lançado na passada quinta-feira, é o sexto disco de originais do trio composto por Joana Corker, Ricardo Jerónimo e Henrique Toscano, grupo que procura, com o novo trabalho, fazer uma viragem marcada até na forma como construiu as dez canções do novo álbum, a ser editado pela conimbricense Lux Records.
“Este é um disco que acaba por ser conceptual, porque todo o seu imaginário – tanto as letras, como a música, os vídeos ou a capa – foi construído de raiz para um mesmo objetivo artístico”, disse à agência Lusa Ricardo Jerónimo.
O título do álbum remete para a linguagem de programação, mas é também “uma metáfora” para falar de dualidades, seja o confronto entre o digital e o analógico, entre o real e o virtual, ou entre a esperança e a derrota, aclarou.
O conceito, onde o preto e branco é o veículo visual de base, levou também à criação de um trabalho gráfico do disco, a cargo de Joana Corker, que tem como base imagens criadas através de inteligência artificial.
Para este disco, ao contrário de todos os restantes em que nunca houve propriamente um único método, os Birds Are Indie decidiram escrever as letras de todas as músicas e só depois avançar para a composição musical, com a construção das canções a ser feita de forma mais colaborativa.
“No disco anterior, sabíamos que seria um fim de ciclo e fizemo-lo com isso em mente. Depois desse disco, achávamos que era uma boa altura para tentar partir para desafios novos”, realçou Ricardo Jerónimo.
Com “Ones & Zeros”, estão presentes instrumentos como ‘drum machines’ e sintetizadores, não apenas por estarem mais associados a um lado “mais maquinal” da música, mas pelas possibilidades de introduzir “novas texturas” e “novos impulsos”.
Mais longe agora da pop e do folk (apesar de uma estrutura que ainda é muito pop), os Birds Are Indie deixaram-se inspirar mais pela eletrónica e pelo rock, num álbum que têm dificuldade em rotular, ao contrário de trabalhos anteriores, notou Ricardo Jerónimo.
No processo de criação do disco, houve uma atenção particular para não dispersar “demasiado com arranjos e harmonias” e focar mais “na intensidade”, referiu.
Se antes as canções dos Birds Are Indie estavam mais centradas em histórias e vivências dos próprios membros da banda, agora deixa-se de lado uma visão mais pessoal.
“O disco são dez músicas e acaba por não ser uma história linear, mas uma espécie de visão caleidoscópica de personagens, em que a ideia das letras funciona enquanto personagens que vagueiam entre mundos ou sentimentos”, sublinhou o membro da banda.
Para Ricardo Jerónimo, “não é um disco que muda do dia para a noite, mas sente-se uma diferença”.
“Ones & Zeros” é lançado a 14 de abril, pela Lux Records.
Durante esse mês, o grupo atua na Guarda (6), Lisboa (13), Barreiro (14), Rio Maior (15), Bragança (26), Vila Real (27) e Porto (28).
Em maio, atuam em Braga (5) e Coimbra (6), seguindo-se vários concertos em Espanha nesse mesmo mês.
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