"O nosso objectivo é simples: deslocar o centro de gravidade da CNN para as plataformas e produtos para onde as audiências se dirigem e, ao fazê-lo, assegurar o futuro da CNN como uma das grandes organizações de informação do mundo", afirmou o presidente da rede, Mark Thompson, numa nota enviada aos funcionários, à qual a AFP teve acesso.

"Sim, haverá despedimentos. Cerca de 6% dos efectivos serão afectados", disse. "Mas não esperamos que o número total de funcionários diminua muito este ano, incluindo [esperamos] que não diminua", acrescentou.

De acordo com a CNN, a Warner Bros. Discovery, a sua empresa-mãe, investirá 170 milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros) em projectos digitais, com mais de 100 postos de trabalho a serem criados no primeiro semestre de 2025 e "centenas de contratações nos próximos trimestres a nível mundial".

Em julho de 2024, a empresa já tinha anunciado o fim de uma centena de postos de trabalho, bem como a criação de um serviço de assinaturas no seu site para produtos exclusivos de "informação" e "análise".

Thompson também anunciou, esta quinta-feira, o futuro lançamento de um serviço de streaming pago, sem avançar detalhes. A CNN já está presente na plataforma Max (antiga HBO), propriedade da Warner Bros. Discovery.

A CNN já tinha lançado um serviço de streaming pago em 2022, o CNN+, mas foi encerrado ao fim de apenas um mês com prejuízos significativos, uma vez que não estava nos planos de fusão entre a WarnerMedia (CNN, HBO Max) e a Discovery.

A emblemática emissora de notícias, que opera num sector de televisão por cabo em declínio, foi igualmente afectada pela concorrência. Nos Estados Unidos, é sistematicamente ultrapassada pela rede preferida dos conservadores, a Fox News. Também foi superada pela MSNBC, que, nos últimos anos, adoptou um tom muito crítico em relação a Donald Trump, que acaba de regressar à Casa Branca.