Este ano, o prémio contou com 2.619 livros inscritos, submetidos a dois júris especializados, um de prosa e outro de poesia, formados por profissionais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal.
Após o trabalho de leitura e avaliação das obras cada júri elegeu 30 livros em prosa e 30 de poesia.
A organização destacou que as 60 obras escolhidas foram publicadas por 37 casas editoriais de diferentes perfis e nacionalidades, como as brasileiras Aboio e Corsário-Satã, a angolana Kacimbo, a moçambicana Gala-Gala, e a portuguesa Poética, entre outras.
A diversidade também aparece no perfil dos semifinalistas, composto por escritoras e escritores com várias obras publicadas como Hélia Correia, Mia Couto, José Luiz Tavares, e o brasileiro João Silvério Trevisan, e por estreantes como as brasileiras Juliana Slatiner e Ana Johann, a portuguesa Sofia Perpétua, na prosa; e Jeremias F. Jeremias de Moçambique, na poesia.
Na categoria de prosa, foram eleitos 19 romances, sete livros de contos, dois de crónicas e duas dramaturgias.
Os organizadores do prémio destacaram, num comunicado, que “parte dessa produção atualiza o passado, em narrativas de ambientação histórica que percorrem do século XVI ao século XX, como se verifica nos romances ‘A Capitoa’, de João Paulo Oliveira e Costa, e ‘Revolução’, de Hugo Goncalves (Portugal), e ‘Os infortúnios de um governador nos trópicos’, de Germano Almeida (Cabo Verde)”.
Já outra parte dialoga com o presente de um mundo em crise, flagrando a morte, literal ou simbólica, as várias formas de violência, intolerância, fundamentalismo e discriminação, os atentados contra a dignidade humana e animal.
“As obras dos brasileiros Airton Souza (‘Outono de carne estranha’), Micheliny Verunschk (‘Caminhando com os mortos’) e Joca Reiners Terron (‘Onde pastam os minotauros’), por exemplo, são expressões dessa contemporaneidade. As tensões sociais, ao lado das grandes questões existenciais, mesclam-se às igualmente várias formas do amor, do desejo, das saudades, e do luto”, acrescentaram os organizadores do Oceanos.
Na categoria poesia, a diversidade de estilos dos autores selecionados pelo júri foi uma das características principais dessa edição.
Outro facto relevante é a presença de dois poetas portugueses semifinalistas, Nuno Júdice e Miguel Gullander, que morreram este ano.
O Prémio Oceanos citou as mortes e destacou que “lamenta profundamente essas perdas, e esclarece que, pelo regulamento, escritores falecidos após a inscrição de seus livros permanecem concorrendo e, caso ganhadores, o prémio é concedido 'in memoriam'”.
O Prémio Oceanos entra, agora, na etapa de seleção dos 10 finalistas entre as 60 obras que chegaram à semifinal.
O júri, eleito pelo anterior, será composto, na prosa, pelos brasileiros Carola Saavedra e Cristóvão Tezza; pelos portugueses António Araujo e Simão Valente; e pela moçambicana Teresa Manjate.
Na poesia, pelos brasileiros Ademir Assunção e Luiza Romão; pelos portugueses Helena Buescu e Hugo Pinto Santos; e pela moçambicana Teresa Noronha.
Por fim, na terceira etapa, o júri final elege os dois vencedores – um de poesia e outro de prosa -, em dezembro.
Os autores distinguidos receberão um prémio monetário total de 300 mil reais (48,9 mil euros na cotação atual), montante divido em 150 mil reais (24,4 mil euros) para cada um dos vencedores.
O Oceanos é realizado por via da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura do Brasil, e conta com o patrocínio do Banco Itaú e da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas de Portugal, com o apoio do Itaú Cultural, do Ministério da Cultura e do Turismo de Moçambique, do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde e o apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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