Carrie Fisher sofreu um grave ataque cardíaco durante um voo entre Londres e Los Angeles esta sexta-feira.

Quando passavam alguns minutos da meia-noite de sábado em Portugal, o irmão, Todd Fisher, teria dito  à Associated Press que a atriz saiu das urgências para a Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e, embora permanecendo ligada ao ventilador, estava em "situação estável".

No entanto, já perto das duas da manhã, indicava à publicação Variety  que não era essa a situação e que tinham sido feitas interpretações precipitadas das suas palavras.

"Ela está na UCI e todos rezam por ela. Não existe nada de novo dos médicos. Nada de todo. Não existem nem boas nem más notícias".

A filha, a também a atriz Billie Lourd, também foi vista à entrada do hospital, tal como o inseparável bulldog francês Gary, "estrela" das passadeiras vermelhas e que a acompanhava no voo.

Quando faltavam cerca de 15 minutos para a aterragem, a atriz de 60 anos, conhecida a nível mundial como a Princesa Leia da saga "Star Wars", começou a vomitar e disse que não conseguia respirar, tendo a tripulação, bem como médicos e enfermeiros que eram passageiros, feito manobras de reanimação cardiorrespiratória.

Após a aterragem, quando eram 20h15 em Lisboa, foi conduzida inconsciente ao hospital mais próximo, o Ronald Reagan UCLA Medical Center. De acordo com o Los Angeles Times, o seu estado era considerado crítico.

Anna Akana, uma das passageiras sentada à frente, indicou que Carrie Fisher esteve sem respirar durante 10 minutos.

Mark Hamill e Peter Mayhew, intérpretes de Luke Skywalker e Chewbacca, reagiram nas redes sociais.

A atriz esteve em Londres para filmar a terceira temporada de "Catastrophe", uma série de grande sucesso do Channel 4, onde voltava a ser a mãe de um dos protagonistas.

Numa arrepiante coincidência, tinha sido alvo de uma notícia falsa na quinta-feira que dava conta da sua morte às 11 horas da manhã.

Filha da realeza de Hollywood — o seu pai era o cantor Eddie Fisher (1928-2010) e a mãe a atriz Debbie Reynolds (1932) —, ficou famosa em 1977, com apenas 20 anos, graças ao papel de Leia em "Star Wars", que repetiu em "O Império Contra-Ataca" em 1980 e "O Regresso de Jedi" três anos mais tarde, regressando o ano passado em "O Despertar da Força".

A rodagem do oitavo filme terminou na capital inglesa em julho e a estreia está marcada para 14 de dezembro de 2017.

"Um Amor Inevitável" (1989) é outro título relevante da sua carreira, que começou em 1975 com a comédia "Shampoo", ao lado de Warren Beatty, Julie Christie e Goldie Hawn.

A atriz tem uma faceta menos conhecida como escritora, com obras muito elogiadas pelo humor autodepreciativo.

Recentemente, saíram as suas memórias dos bastidores da saga, "The Princess Diarist", que estava agora a promover, onde revelava pela primeira vez um caso com Harrison Ford durante a rodagem do primeiro filme.

Tem mais dois livros assumidamente autobiográficos, "Shockaholic" e "Wishful Drinking", e quatro romances que ficcionam acontecimentos da sua conturbada vida, marcada pelo consumo de drogas, problemas de saúde mental, o namoro de seis anos e casamento de 11 meses com o músico Paul Simon e a relação com o agente Bryan Lourd, o pai da sua filha, que acabou quando este a deixou por um homem.

Um deles, "Postcards From the Edge” (1987), sobre a relação com a mãe, agora com 84 anos, deu origem ao filme com Meryl Streep e Shirley MacLaine que se chamou em Portugal "Recordações de Hollywood" (1990).