Angelina Jolie manifestou apoio à liberdade das mulheres do Irão junto dos seus quase 14 milhões de seguidores nas redes sociais.

A atriz, realizadora e ativista deixou um elogio de respeito às "corajosas, desafiadores, destemidas mulheres iranianas", a "todas as que têm sofrido e resistido durante décadas, às que estão hoje nas ruas, e Mahsa Amini e todas as jovens iranianas como ela".

"As mulheres não precisam das suas morais policiadas, das suas mentes reeducadas ou dos seus corpos controlados. Elas precisam de liberdade para viver e respirar sem violência ou ameaças", continua o texto com acompanha várias imagens das manifestações.

E termina com o apoio: "Às mulheres do Irão, estamos a ver-vos".

Os protestos no Irão começaram após a morte a 16 de setembro de Mahsa Amini, de 22 anos e originária do Curdistão (noroeste), três dias depois de ser detida pela polícia da moralidade em Teerão por "vestir roupas inadequadas": alegadamente não usava corretamente um hijab na cabeça.

A sua autópsia revelou sinais de violência, desmentidos pelas autoridades.

O movimento de protesto espalhou-se por várias cidades do país, onde manifestantes gritaram frases antigovernamentais, segundo os meios de comunicação locais. Pelo menos 83 pessoas já morreram, declarou esta sexta-feira a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, com sede em Oslo.

Asghar Farhadi

Na quinta-feira, as autoridades da república islâmica lançaram um aviso às celebridades que estão a apoiar os protestos.

"Tomaremos ações contra os famosos que sopraram as brasas" dos "distúrbios", disse o governador da província de Teerão, Mohsen Mansouri, segundo a agência de notícias ISNA.

"Claro, podemos não lidar com alguns casos imediatamente por razões práticas, mas sem dúvida que iremos lidar com eles dentro de alguns dias e na altura certa", acrescentou.

Vários cineastas, atores e atletas iranianos estão a apoiar o movimento de protesto e pediram às autoridades que ouçam as exigências da população.

No domingo (25), por exemplo, o cineasta Asghar Farhadi, vencedor de dois Óscares, pediu ao mundo que mostre "solidariedade" com os manifestantes.

"Convido todos os artistas, cineastas, intelectuais, ativistas dos direitos civis em todo mundo (...) todos os que acreditam na dignidade humana e na liberdade, a solidarizarem-se com as poderosas e corajosas mulheres e homens do Irão, fazendo vídeos, escrevendo, ou de qualquer outra maneira", escreveu Farhadi numa mensagem de vídeo publicada no Instagram.

Tratou-se de uma posição invulgar do realizador, que tem gozado de liberdade para se deslocar ao estrangeiro e está atualmente a presidir ao júri do Festival de Cinema de Zurique.

Outro grupo de profissionais ligados ao cinema no Irão também divulgou uma carta-aberta a criticar a repressão das autoridades e a apoiar as manifestações. Entre os signatários estão os realizadores Ali Abbasi ("Holy Spider"), Shirin Neshat ("Land Of Dreams") e Bahman Ghobadi ("The Four Walls"), além de Zar Amir Ebrahimi, a vencedora do Prémio de Melhor Atriz na última edição do Festival de Cannes, precisamente por "Holy Spider".

A popular e premiada atriz Fatameh Motamed-Ayra também tirou o seu hijab enquanto discursava no mediático funeral do ator Amin Tarokh.

A antiga estrela da seleção iraniana de futebol Ali Karimi também publicou várias mensagens de apoio às manifestantes nas suas redes sociais.

No início da semana, o atacante iraniano Sardar Azmoun, craque da seleção e jogador do Bayer Leverkusen, disse que não poderia ficar calado diante das inúmeras mortes deixadas pela repressão.

"Isso não pode ser apagado da nossa consciência. Vocês deveriam ter vergonha!", escreveu ele nas redes sociais.

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