Os três agrupamentos, vindos da Bélgica, de Itália e de Portugal, especializados na pesquisa e na interpretação da música antiga e do período Barroco, propõem programas dedicados a expressões anteriores ao Romantismo, mas que não escapam tema desta edição dos Dias da Música.

A banda Sinfónica da GNR é uma das estreantes da iniciativa, assim como a Camerata Alma Mater, dirigida por Pedro Lopes, o Quarteto de Cordas de Lisboa e o Quarteto Verazim.

Ao todo, os Dias da Música totalizam 60 concertos, dos quais 11 são gratuitos, meia dúzia de palestras e um mercado novo e usado, que vai decorrer durante o festival.

Miguel Leal Coelho, do conselho de administração do Centro Cultural de Belém (CCB), afirmou hoje, em conferência de imprensa, que o orçamento previsto é de 450 mil euros, “igual ao do ano passado”, mantendo os preços dos bilhetes, praticados em 2012.

A partir de quinta-feira, serão disponibilizados 27.696 bilhetes, disse o responsável, que salientou “o empenho de mecenas e parceiros”, aumentado este ano.

Leal Coelho referindo-se ao tema dos “Dias da Música”, explicou que o Romantismo é uma corrente do século XIX que “exaltava o indivíduo, a subjetividade, os valores da cultura medieval, em contraponto com o que se passava, anteriormente, na época barroca”.

“Esta exaltação do indivíduo e da subjetividade atravessou todo este século, continuou e continuamos a ter impulsos românticos; o próprio romantismo evoluiu e, hoje em dia, é romântico quem é apaixonado, utopista, quem é enamorado, e chegamos à conclusão que românticos existem desde que existe o homem”, argumentou Leal Coelho.

Os “Dias da Música” não se circunscrevem assim à produção musical do século XIX, “mas percorrem toda a história da música”.

Do cartaz fazem parte, entre outros, compositores anónimos da época medieval, com os seus “sentimentos românticos”, Claudio Monteverdi e os seus madrigais, contemporâneos como Luís de Freitas Branco, os oitocentistas Liszt, Brahms ou Schumann, passando pelo barroco de Vivaldi, Handel, Pergolesi e Francisco António de Almeida, ou ainda o fado de Aldina Duarte e Maria Ana Bobone.

O programa do concerto de abertura, com a “Missa Solemnis”, de Ludwig van Beethoven, esteve previsto para a época do Natal, mas as obras no CCB adiaram-no, sendo apresentado na sexta-feira, 19 de abril, às 21:00.

A interpretação, dirigida pelo maestro Cesário Costa, é da Orquestra Sinfónica Metropolitana, com o coro Lisboa Cantat, o ensemble vocal de Freamunde e ainda os solistas Ana Maria Pinto, Daniela Lehmer, David Danholt e Wojtek Gierlach.

Além da Metropolitana, que se apresentará na versão sinfónica e também com a orquestra académica, constituída pelos alunos das suas escolas, participam as orquestras Gulbenkian, a Sinfónica Portuguesa e a de Câmara Portuguesa, além da Banda Sinfónica da GNR, que interpretará, no dia 21 de abril, sob a direção de Jean-Sébastien Bérau, a “Sinfonia Fúnebre e Triunfal”, de Hector Berlioz.

Do cartaz fazem ainda parte, entre outros músicos, os pianistas Artur Pizarro, Miguel Borges Coelho, Pedro Burmester, João Bettencourt da Câmara, Alexei Eremine, Alexei Volodin, o violinista Carlos Damas, os violetistas Ana Bela Chaves e Gerard Caussé, o violoncelista Marc Coppey, o Ensemble Mediterrain, de Bruno Borralhinho, o DSCH – Schostakoitch Ensemble, de Filipe Pinto-Ribeiro, os quartetos de Cordas de Matosinhos, Lopes-Graça, Velit e Prazak, além das Vozes Alfonsinas.

O objetivo, rematou Miguel Leal Coelho, é obter “uma programação diversificada, dirigida a todos os públicos, para que os Dias da Música sejam uma festa de família”.

@Lusa