Vencedor de sete Óscares na cerimónia de 1994, incluindo para Melhor Filme e Realização, "A Lista de Schindler" foi a consagração total de Steven Spielberg pelos seus pares na indústria do cinema.

No entanto, não foi isento de polémicas o filme sobre o industrial alemão (papel de Liam Neeson) que ajudou a salvar mais de mil judeus da morte nos campos de concentração nazis durante a Segunda Guerra Mundial não foi isento de polémicas.

Uma das críticas feitas ao filme, inclusive por espectadores que gostaram, foi a inclusão de uma cena a cores mesmo no final do filme, onde sobreviventes do Holocausto salvos por Schindler, incluindo os atores que os representaram, visitam e depositam uma pedra na sua campa no cemitério do Monte Sião, em Israel.

Houve quem dissesse que era uma cena "desnecessária", que retirava impacto ao grande filme a preto e branco, ou se tratava de Spielberg a ceder, uma vez mais, ao seu "sentimentalismo".

Mas o realizador explica agora que a cena foi uma adição tardia ao filme e a sua maneira de garantir que o público soubesse que a história do filme era baseada em factos verídicos.

"A negação do Holocausto estava novamente a crescer — essa foi a razão que me levou a fazer o filme em 1993. Esse final era uma forma de indicar que tudo no filme era verdade", explicou ao jornal britânico The Sunday Times [acesso pago].

Novamente na corrida aos Óscares pelo autobiográfico "Os Fabelmans", Spielberg reforça a importância do filme na sua carreira.

"Nunca fiz um filme que confrontasse tão diretamente uma mensagem que pensei que o mundo precisava ouvir. Tinha uma mensagem vital que é mais importante hoje do que em 1993, porque o anti-semitismo é muito pior hoje do que quando fiz o filme", notou.