O comovente filme "Mediterrâneo", do espanhol Marcel Barrena, sobre o resgate de imigrantes no mar pelo grupo de socorristas que acabou por criar a ONG Proactiva Open Arms, deu início à 16.ª edição do Festival de Cinema de Roma esta quinta-feira.
Com imagens comoventes do dramático ano de 2015, quando milhares de pessoas arriscaram a vida atravessando o mar para fugir dos conflitos e da guerra, o filme, exibido para a imprensa, é um grito de protesto e de dor contra a indiferença da Europa por esse drama.
Entre os 26 filmes convidados para a secção oficial, a obra conta a história do socorrista espanhol Oscar Camps, fundador da Open Arms. Movido pela indignação com a fotografia do menino sírio de três anos que apareceu morto numa praia, ele decidiu ir à ilha grega de Lesbos para resgatar imigrantes do mar. Ele é interpretado por Eduard Fernández.
O filme é um retrato da consciência desse grupo de socorristas perante uma imensa tragédia, que transformou a famosa ilha turística num acampamento de refugiados, com milhares de pessoas vivendo em condições insalubres, submetidas às inclemências do tempo e à angústia permanente.
O realizador Marcel Barrena, de 39 anos, teve de filmar em condições difíceis, no meio do mar, com refugiados reais e milhares de figurantes que falavam idiomas diferentes.
Entre as cenas mais chocantes está a descoberta, em mar aberto, de centenas de pessoas a boiar. Baseada em acontecimentos reais, é um dos maiores dramas da história recente da Europa.
Em 2015, a ilha de Lesbos e os seus 85 mil habitantes viram mais de 450 mil pessoas passarem pelo território num ano.
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