"Tubarão" festejou 50 anos e um novo documentário celebra o seu gigantesco legado e recorda o caos que foi a sua rodagem.

O super produção adaptava o livro de Peter Benchley que fora um fenómeno de popularidade sobre uma pacífica comunidade aterrorizada por um um enorme tubarão-branco e o pequeno grupo que se juntava numa perigosa missão para o eliminar.

Foi a 20 de junho de 1975 que estreou nos cinemas o filme que aterrorizou tantos espectadores, lançando ao mesmo tempo uma revolução que mudou a indústria de Hollywood para sempre: lançou definitivamente o acontecimento do "grande filme de verão", lançado ao mesmo tempo em muitas salas e apoiado por uma forte campanha de promoção: arrecadou mais de 260 milhões de dólares nas bilheteiras, o equivalente, ajustado à inflação, a mais de mil milhões de dólares na atualidade, o que nenhum filme consegue fazer no mercado americano (o primeiro "Avatar", por comparação, conseguiu 'apenas' chegar aos 760 milhões em 2009-10).

O sucesso lançou a carreira de Steven Spielberg, mas a sua história e da indústria poderiam ter sido muito diferentes: esteve quase a ser despedido durante uma rodagem caótica que se estendeu por 159 dias em vez dos 55 previstos, graças a tubarões mecânicos que avariavam sistematicamente (este não era o tempo dos efeitos criados por computador) e as dores de cabeça de filmar no oceano (agora é tudo feito em grandes tanques), numa sucessão de desastres que fez o orçamento duplicar.

Estas e muitas outras histórias fazem parte de “50 Anos de Tubarão: A História Definitiva dos Bastidores”, um documentário autorizado e " olhar sem filtros sobre o caos e a criatividade por trás da produção" que estreia no dia 11 no Disney+ e a 14 no canal National Geographic.

Spielberg na rodagem de "Tubarão"

"O documentário de 90 minutos leva os espectadores a uma imersão profunda, desde o romance best-seller de Peter Benchley até ao fenómeno cinematográfico que é 'Tubarão' e o modo como o filme continua a influenciar a cultura pop, o cinema e a preservação dos tubarões até hoje. Pode pensar que conhece toda a história de 'Tubarão', mas este documentário vai fazê-lo mudar de opinião", resume a apresentação oficial.

Realizado por Laurent Bouzereau, conhecido por vários documentários sobre o cinema e nome familiar para os fãs dos formatos DVD ou Blu-rau pelos extras produzidos para filmes de Spielberg, Hitchoock, David Lean, Brian de Palma ou Francis Ford Coppola, o trabalho junta a inevitável entrevista exclusiva com Spielberg e "imagens nunca antes vistas" dos seus arquivos, além de depoimentos do elenco e da equipa original.

O impacto duradoiro de "Tubarão" revela-se pela presença e palavras dos testemunhos de grandes cineastas de Hollywood como George Lucas, James Cameron, Cameron Crowe, J.J. Abrams, Jordan Peele, Steven Soderbergh, Guillermo del Toro ou Robert Zemeckis, entre outros, da família de Peter Benchley e até de especialistas em tubarões, no que se torna "uma celebração de um legado que alimentou uma obsessão global por tubarões e inspirou gerações de cientistas,  contadores de histórias e defensores do oceano".

"Através de novas reflexões sinceras, Spielberg fala-nos sobre a produção ambiciosa, desde a luta contra um tubarão mecânico com defeito e grandes atrasos por motivos meteorológicos até ao seu próprio stress pós-traumático na sequência da produção da longa-metragem e o medo de que o filme acabasse com a sua carreira. O documentário também reanalisa o infame “efeito Tubarão” — a onda de medo de tubarões desencadeada pelo filme — e redefine-o como um legado de admiração, curiosidade e respeito duradouro pelo principal predador do oceano", destaca o comunicado oficial.