O número de espectadores que em 2018 viu filmes ibero-americanos, nas salas de cinema dos países ibero-americanos, aumentou 22,5% para 92,5 milhões de bilhetes vendidos, comparando com o ano anterior, foi divulgado na terça-feira.

Os dados fazem parte do relatório Panorama Audiovisual Ibero-Americano, apresentado hoje em Madrid, e que compila dados estatísticos sobre a produção e exibição de cinema em circuito comercial, em cerca de 20 países falantes de português e espanhol, como Brasil, Portugal, Espanha, México e Venezuela.

De acordo com o documento, em 2018, dos 870 milhões de espectadores daquela região que foram ao cinema, 92,5 milhões viram produções ibero-americanas, quando no ano anterior tinham sido 75,6 milhões.

No entanto, em termos gerais, as salas de cinema no conjunto daquele território perderam espectadores em 2018, com uma quebra de 5,5%, passando de 921 milhões para 870 milhões de bilhetes emitidos.

Consequência da conjuntura política e da crise social que tem vivido em meses recentes, a Venezuela foi o país que registou em 2018 a maior quebra de assistência (52%), o que significa que perdeu mais de metade dos espectadores, para um total de 9,9 milhões.

O México e o Brasil, os dois maiores mercados cinematográficos do espaço ibero-americano, perderam 4,1% e 11,1% de espectadores, respetivamente.

O filme ibero-americano mais visto em 2018 nestes países foi "Nada a perder", de Alexandre Avancini sobre o fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, com 13 milhões de espectadores.

De todos os filmes estreados em 2018 nestes países, "Vingadores: Guerra do Infinito" foi o que registou maior audiência, com 59 milhões de espectadores, seguido de "Incredibles 2: Os super-heróis", com 45 milhões de espectadores.

O estudo foi elaborado pela EGEDA - Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Audiovisuais de Espanha e pela Federação Ibero-Americana de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais.

Em Portugal, segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), em 2018 a exibição comercial de cinema registou-se 14,6 milhões de espectadores, ou seja, houve menos 920 mil bilhetes emitidos do que em 2017.

Quanto a vendas de bilheteira, a receita bruta desceu 4%, de 81,6 milhões de euros em 2017 para 78,3 milhões de euros em 2018.