O ator Stephen Dorff disparou em várias direções numa entrevista sobre o atual estado de Hollywood, mas o maior impacto mediático vem das declarações sobre "Viúva Negra", protagonizado por Scarlett Johansson, que chega esta semana aos cinemas (e ao Disney+ a um preço premium).

Atualmente com 47 anos e considerado um dos grandes talentos a emergir na década de 1990 (apareceu numa capa da revista Vanity Fair em 1996 ao lado de Leonardo DiCaprio, Matthew McConaughey e Will Smith como uma das "estrelas do futuro"), o ator tem construindo uma carreira mais alternativa do que a de colegas da sua geração.

Entre as escolhas pouco convencionais estão títulos como "Backbeat, Geração Inquieta" (1994), "Ela Baleou Andy Warhol" (1996), "Blade (1998), "Cecil B. Demente" (2000) e "Somewhere - Algures" (2010), além da terceira temporada da antologia da HBO "True Detective".

Foi ao comentar este percurso alternativo em Hollywood que surgiram as declarações que estão a ter mais impacto.

"Ainda ando à caça das boas me**** porque não quero estar em 'Viúva Negra'. Para mim, parece lixo. Parece como um mau videojogo. Estou envergonhado por essas pessoas. Estou envergonhado pela Scarlett! Tenho certeza que ela recebeu cinco, sete milhões de dólares, mas estou envergonhado por ela. Não quero estar nesses filmes. Realmente não quero. Em vez disso, vou encontrar aquele jovem realizador que será o próximo [Stanley] Kubrick e trabalhar para ele.", afirmou ao jornal britânico The Independent.

Recordando que despediu os agentes que o queriam impedir de trabalhar com o realizador John Waters em "Cecil B. Demente", Stephen Dorff defendeu é preciso existir um equilíbrio: "Não gosto de fazer coisas demasiado pelo seguro. Para mim, Hollywood joga sempre demasiado pelo seguro. Claro que quando precisei de dinheiro, trabalhei umas semanas num filme que não queria fazer. Sim, também gosto de dinheiro, porque gosto de comprar coisas e de arte e imóveis."

Passando por vários temas sempre a ritmo frenético, Dorff também arrasou a cerimónia dos Óscares, que se realizou a 25 de abril com as restrições por causa da pandemia.

"Os Óscares deste ano foram a coisa mais embaraçosa que já vi. O meu negócio está a tornar-se um grande concurso. Temos atores que não fazem ideia do que andam a fazer. Temos cineastas que não fazem ideia do que andam a fazer. Estamos todos nestas pequenas caixas das plataformas de streaming. TV, cinema - agora é tudo um grande aglomerado de conteúdo", desesperou.