O regresso ao passado é de longe a melhor proposta desta saga. É um objeto que não tem o herói que dá o nome à série mas explora fios narrativos de personagens que sempre fascinaram os fãs da saga. Os senhores da academia e a máfia romana, os gladiadores e as servas da casa compõe as diferentes narrativas que são sublinhadas com paixões arrebatadoras, sexo e violência ultra explícita. A série não se poupa nestes aspetos, mantendo-se fiel a uma fórmula que construiu um fenómeno mundial.
A encabeçar estes seis episódios está Batiatus (John Hannah) e a sua companheira Lucretia (Lucy Lawless) numa narrativa de ambição e subida ao poder com o drama clássico da rivalidade com o pai numa tentativa de Batiatus de sair da sombra e tornar-se o senhor da academia de gladiadores. John Hannah está no seu melhor e contracena com atores que são algo mais do que apenas músculo. Da história com o seu pai Titus (Jeffrey Thomas), passando pelo conflito com Tullius (Stephen Lovatt), o “senhor da cidade”, a rivalidade com o líder de outra academia, até à relação com Solonius o seu amigo de sempre que mais tarde se torna o seu rival.
Lucy Lawless também tem direito à sua narrativa pessoal, nesta temporada descobrimos uma amizade e, sobretudo, uma tórrida paixão feminina com Gaia, uma aprazível interpretação de Jaime Murray.
Os gladiadores, pelo número de personagens envolvidos, são fruto de interessantes sub-narrativas que explicam a origem dos personagens e introduzem novos heróis da arena. Estes personagens trazem consigo um rasto de violência mas também de paixões arrebatadoras na génese de deuses da arena.
Os sonhos de grandeza e glória, as habilidades mortíferas, os corpos belos e triângulos amorosos são parte de um desfile entre o grotesco e o divino. Para todos os aqueles que conhecem e apreciam a fórmula de Spartacus, e na linha de 300 de Zack Snyder, preparem-se para uma evolução no regresso ao passado da saga.
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