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“É uma série cheia de ação, intensa e às vezes violenta”, descreveu o responsável, numa mesa redonda com jornalistas em que a Lusa participou. “Mas não encaramos as cenas de violência de ânimo leve, nada é arbitrário”.
Dez anos depois da estreia da série original na Netflix, numa altura em que o Disney+ ainda não existia, “Demolidor: Nascer de Novo” encontra o protagonista Matt Murdock (interpretado por Charlie Cox) num ponto de inflexão por causa de uma morte inesperada que acontece no primeiro episódio.
“Ninguém queria fazê-lo”, revelou Winderbaum, sobre matar um dos personagens. “Mas percebemos que tínhamos de o fazer. Ser o Demolidor tem um preço, muitas vezes significativo e fatal para as pessoas na vida de Matt”.
Nesta nova fase, não só Matt Murdock abandona o alter ego de Demolidor como o seu arquirrival Wilson Fisk emerge do submundo para se tornar ‘mayor’ de Nova Iorque, numa aparente tentativa de deixar o passado de crime para trás.
“Vamos ver dois homens a lutar com a sua natureza mais sombria”, disse Brad Winderbaum. “São dois homens que estão a mentir a si próprios de formas significativas e isso torna-os iguais”, continuou. “Há uma similaridade inesperada entre dois personagens tão opostos moralmente”.
Para Murdock, a violência é uma forma de chegar à justiça. Para Fisk, “violência é a sua moeda e a forma como se agarra ao poder”. Quando há violência no ecrã, o objetivo é a troca de poder.
O responsável da Marvel considerou que um dos principais atrativos deste regresso é precisamente a rivalidade entre Murdock e Finsk, que voltam a ser interpretados pelos mesmos atores.
“O Demolidor é um dos personagens favoritos dos fãs. Há muito entusiasmo por ele, mas também penso que é pela rivalidade de Charlie Cox e Vincent D’Onofrio”, indicou Winderbaum. “Penso que a escolha de atores para estes papéis está ao nível de um Robert Downey Jr. a interpretar Tony Stark”, opinou, referindo-se a “Homem de Ferro”.
Filmada em Nova Iorque, a série passou por alterações criativas importantes. Inicialmente, estava previsto que tivesse 18 episódios e quando menos de metade estavam filmados, a cúpula da Marvel aproveitou a pausa forçada pelas greves em Hollywood para alterar o seu rumo.
Os argumentistas Chris Ord e Matt Corman foram substituídos, Dario Scardapane foi chamado para ‘showrunner’ e vieram novos realizadores, Justin Benson e Aaron Moorhead.
“O Dario fez um trabalho incrível de criar uma narrativa transversal maior”, explicou Winderbaum, referindo que os episódios que já estavam filmados foram mantidos. No entanto, a temporada foi reduzida para nove episódios e já está garantida uma segunda temporada de oito episódios, que se estreará em 2026.
“Dario transformou Nova Iorque numa espécie de reino medieval de lutas pelo poder”, descreveu.
Uma das surpresas interessantes é que, além do regresso de atores da série original (Deborah Ann Woll, Elden Henson, Vincent D’Onofrio, Ayelet Zurer) também está de volta Jon Bernthal na pele de Frank Castle, ou O Justiceiro. Este personagem teve a sua própria série no Netflix, que foi cancelada após duas temporadas.
Matt Murdock também tem um novo interesse amoroso, Heather Glenn (Margarita Levieva) e haverá um novo vilão misterioso a aterrorizar Nova Iorque.
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