A Media Capital esclareceu hoje que "até à presente data" não recebeu as verbas relativas à compra antecipada de publicidade institucional pelo Estado, no âmbito da medida de apoio ao setor devido à pandemia.

Para ajudar os media no âmbito do impacto no setor da pandemia de covid-19, o Governo aprovou a compra antecipada de publicidade institucional por parte do Estado, no montante de 15 milhões de euros, dos quais 75% (11,2 milhões de euros) visam a comunicação social de âmbito nacional.

Do montante total, 3,3 milhões estão destinados à Media Capital que, "depois de descontado o IVA a entregar ao Estado, resultariam num pagamento antecipado de aproximadamente 2,7 milhões de serviços a prestar pelos meios do grupo", refere a empresa, num esclarecimento.

"Até à presente data ainda, a Media Capital não recebeu qualquer montante", acrescenta a dona da TVI.

O grupo refere que a covid-19 "colocou forte pressão na tesouraria das empresas destinatárias desta medida, algumas delas grandes empregadores num setor tão nevrálgico e de grande alcance na prestação de serviços de relevante interesse público", pelo que, "como em relação a tantas outras medidas, foi entendimento do Governo poder antecipar o pagamento de fundos por conta de serviços a serem prestados no futuro imediato".

A Media Capital sublinha que "foi sempre um mero adiantamento de fundos para pagamento de serviços a virem a ser prestados e nunca um qualquer subsídio à atividade ou um financiamento a fundo perdido ou sem contrapartida certa", adianta o grupo.

A dona da TVI garante também que "tem prestado os serviços que os diversos organismos do Estado lhe encomendam, num valor que ascende atualmente a cerca de 600 mil euros e que vai aumentando à medida de novas encomendas que são dirigidas à Media Capital, tudo sem que tenha ainda existido qualquer contrapartida financeira".

Aliás, "o que seria um apoio à tesouraria da empresa tem-se revelado como um constrangimento à tesouraria, dado que é a Media Capital que está a avançar com a prestação dos serviços sem o correspondente recebimento", aponta.

O grupo salienta igualmente que "nunca existiu qualquer medida governamental que se traduzisse em subsidiar órgãos de comunicação social e a repetição reiterada desta insinuação feita nos últimos meses nunca fez dela uma verdade".

Este esclarecimento surge na sequência da contratação de Cristina Ferreira para a TVI, anunciada na sexta-feira passada e que apanhou o mercado de surpresa, dado que a apresentadora tinha contrato com a SIC até 2022.

No sábado, o presidente do PSD utilizou o regresso de Cristina Ferreira à TVI para reiterar as críticas à forma como o Estado apoiou os media, ironizando que, "realmente, as despesas são muitas e a crise é grande".

"Percebe-se agora o apoio de 15 milhões de euros do Governo a este setor; realmente, as despesas são muitas e a crise é grande. Aguardemos agora notícias sobre o apoio público socialista à dispendiosa contratação do novo treinador do Benfica", escreveu Rui Rio, numa publicação na rede social Twitter, com um 'link' para uma notícia do jornal Expresso em que se refere que a SIC exige pelo menos quatro milhões de euros à apresentadora pela saída.

O líder do PSD tem criticado frequentemente os apoios anunciados pelo Governo, liderado pelo socialista António Costa, à comunicação social, que passam pela compra antecipada de publicidade paga para compensar a perda de receitas publicitárias devido à pandemia de covid-19.

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