"O Ministério da Informação excluiu o canal de televisão estrangeiro Euronews",  disse o ministério em comunicado partilhado esta segunda-feira, dia 12 de abril, frisando que o canal, que tem sede em França, iria ser substituído por uma programação produzida na Rússia na Segunda Guerra Mundial.

Um porta-voz do Ministério disse à agência de notícias Ria Novosti que a licença do canal não foi renovada devido a anúncios veiculados em inglês em vez de serem traduzidos para o russo ou bielorrusso.

"Lamentamos profundamente a decisão de suspender a transmissão da Euronews na Bielorrússia a partir de hoje. Não nos comunicaram a decisão ou suas razões e soubemos da notícia esta manhã através da imprensa", disse à AFP um porta-voz da Euronews.

O canal tem "orgulho de ser reconhecido mundialmente como um meio independente que trata as informações de maneira estritamente objetiva e imparcial na língua russa como em todas as suas edições em outros idiomas".

“A Euronews, empenhada na liberdade de imprensa, fará tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que o seu público na Bielorrússia possa voltar a ter acesso, na televisão, ao jornalismo imparcial e de qualidade que o caracteriza. Entretanto, o público pode seguir-nos nas nossas plataformas digitais", acrescentou o porta-voz.

A proibição junta-se à "a situação de desespero em que se encontram os meios de comunicação independentes na Bielorrússia", disse Ales Bialiatski, diretor da ONG bielorrussa Viasna.

Segundo o responsável, o canal foi "substituído por um canal de propaganda". "A Bielorrússia está a cair em isolamento de informação e é isso que o regime quer", frisa.

"Felizmente, a penetração da internet é muito alta no país, porque isto foi claramente uma tentativa de limitar o acesso à informação", lembrou a  jornalista independente e analista Hanna Liubakova no Twitter.

Em 2020, um grande movimento de protesto contra o presidente Alexander Lukashenko abalou o país, mas desde então foi reprimido pelo governo.

A oposição considera fraudulenta a reeleição, em agosto de Lukashenko, no poder desde 1994.

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