Gérard Depardieu pode perder a sua cidadania russa após condenar Vladimir Putin e a guerra da Rússia na Ucrânia, avançou a revista Newsweek.
Até há pouco tempo um admirador de Vladimir Putin, a estrela do cinema francês denunciou na semana passada os "desvios enlouquecidos e inaceitáveis" do presidente russo e anunciou que iria doar às "vítimas ucranianas" as receitas de bilheteira dos seus três próximos espetáculos em Paris.
Depardieu obteve um passaporte russo em janeiro de 2013, após o seu descontentamento com a política fiscal francesa do presidente François Hollande.
Desde então, classificava a sua nova pátria, a Rússia, como "uma grande democracia" e tecia muitos elogios a Putin, a quem chegou a comparar com o papa João Paulo II.
Em 2015, a Ucrânia baniu Depardieu de entrar no país durante cinco anos após este apoiar a anexação da Ucrânia pela Rússia.
Mas na semana passada em comunicado à France-Presse, o ator de 73 anos disse que "o povo russo não é responsável pelos desvios enlouquecidos e inaceitáveis de dirigentes como Vladimir Putin".
Após estas críticas, membros da Duma, uma das assembleias do parlamento, apelaram para que o seu passaporte fosse confiscado.
"Acho importante e necessário falar da necessidade de revogar o passaporte de Gérard Depardieu pelos seus ataques arrogantes e a sua presunção de falar em nome do povo russo, que não lhe delegou esse direito", disse o deputado russo Sultan Khamzaev ao MK RU, acrescentando que todas as suas propriedades no país "devem ser expropriadas e entregues a órfãos".
Antes, o porta-voz presidencial russo reagiu às críticas dizendo que o ator não percebia totalmente o que estava a acontecer.
"Por não estar completamente imerso na agenda política, ele não percebe o que aconteceu na Ucrânia em 1914, ele não percebe o que são os Acordos de Minsk, ele não percebe o que são Donetsk e Lugansk, ele mal percebe o que é o bombardeio de civis, é improvável que ele saiba sobre os elementos nacionalistas. Se necessário, teremos todo o gosto em lhe explicar tudo para que tenha uma compreensão mais completa do tema", anunciou Dmitry Peskov.
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