A Justiça francesa investiga Gérard Depardieu desde fevereiro de 2024 por fraude fiscal qualificada e lavagem de dinheiro, por alegadamente ter registado falsamente a sua residência na Bélgica desde 2013, disse uma fonte próxima ao caso esta segunda-feira.

Os investigadores realizaram buscas e audiências relacionadas com este caso em meados de fevereiro de 2025 na França e na Bélgica, disse a fonte, confirmando uma informação do 'site' de investigação Mediapart.

O grande nome do cinema francês anunciou em dezembro de 2012 que iria mudar-se para a Bélgica por razões fiscais, em protesto contra um imposto sobre grande fortunas defendido pelo então presidente socialista François Hollande.

Gérard Depardieu estabeleceu-se em Néchin, cidade belga perto da fronteira francesa e famosa por hospedar ricos expatriados, provocando polémica na França.

Perante as críticas, ameaçou até mesmo devolver o seu passaporte francês. Pouco depois, em janeiro de 2013, o presidente russo Vladimir Putin concedeu-lhe cidadania russa.

O ator de 76 anos ainda não foi interrogado por este caso. Segundo uma fonte judicial, a investigação foi iniciada após "várias denúncias da administração fiscal".

O objetivo é determinar se "o seu domicílio [na Bélgica] era falso" e "quanto imposto ele pode ter sonegado da França desde 2013", acrescentou a fonte próxima ao caso.

O ator deve comparecer num tribunal de Paris em março para responder às acusações de agressão sexual a duas mulheres durante a rodagem de um filme de 2021.

A procuradoria também pediu que seja julgado por alegadamente violar a atriz Charlotte Arnould em 2018. A juíza de instrução ainda não decidiu se levará Depardieu a julgamento por este caso.