Nos dois próximos meses, a companhia de Palmela, com sede em Vale dos Barris, abre portas à ficção de outros projetos e às imaginações teatrais de companhias que partilham com O Bando uma série de afinidades artísticas.
De Tondela, o Trigo Limpo – Teatro Acert (Associação Cultural e Recreativa de Tondela) leva a Palmela, nos dias 3 e 4 de fevereiro, a peça “Sentada no escuro”, construída a partir de “Para aquela que está sentada no escuro à minha espera” (2016), de António Lobo Antunes.
Com dramaturgia e encenação de Pompeu José, a peça conta a história de uma atriz de 78 anos que se debate com a perda de memória.
São intérpretes António Rebelo, Ilda Teixeira, Pedro Sousa, Raquel Costa e Sandra Santos.
A cenografia é de Zé Tavares e Pompeu José, a música de Gustavo Dinis e Uhai, os figurinos de Adriana Ventura e o vídeo de Alberto Plácido.
A 10 e 11 de fevereiro, é a vez do Teatro da Didascália ir de Joane, vila do concelho de Vila Nova de Famalicão, a Palmela, com “Prelúdio ou a mulher selvagem”.
O Teatro da Didascália estreia-se em Vale dos Barris com um espetáculo poético sobre o lado selvagem e primitivo da condição feminina, conforme a apresentação da obra.
A partir de contos da tradição oral e de "uma cuidada composição musical", três atrizes desenham "uma viagem emotiva intimamente ligada à natureza e aos ciclos de morte e renovação".
Com encenação de Bruno Martins, “Prelúdio ou a mulher selvagem” tem interpretação de Catarina Gomes, Cláudia Berkeley e Daniela Marques.
A pesquisa, dramaturgia e técnicas de narração oral são de Patrícia Amaral e a composição e direção musical de Rui Souza. A cenografia e figurinos são de Sandra Neves.
A peça é uma coprodução do Teatro da Didascália com a Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão e o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.
A 3 e 4 de março, o Teatro da Serra do Montemuro vai de Gosende, Castro Daire, no distrito de Viseu, a Palmela, com a peça “Os quatro 'clowns' do Apocalipse”.
Nesta peça de Peter Cann com encenação de Andrew Harries, de inspiração 'clownesca', os quatro cavaleiros do Apocalipse galopam até ao início do fim do mundo, mas apenas três - a Guerra, a Fome e a Peste - aparecem em cena, sentando-se à espera da Morte.
Enquanto aguardam, começam a "brincar", transformam-se em "palhaços" e, então, em vez da destruição, criam novos mundos "anárquicos, tolos e bonitos".
O espetáculo é feito na totalidade sem palavras, pelos atores do Teatro do Montemuro Abel Duarte, Eduardo Correia e Paulo Duarte. A direção musical é de Simon Fraser.
“O pássaro na cabeça”, a partir de um texto do poeta Manuel António Pina, é peça que a companhia Pé de Vento, do Porto, leva a O Bando, a 10 e 11 de março.
A montagem desta peça, que brinca com as palavras, marca o início de um ciclo de comemorações dos 40 anos da companhia e da parceria com o poeta, que morreu no Porto, em 19 de outubro de 2012.
Com encenação de João Luiz, dramaturgia de Maria João Reynaud e interpretação a solo de Alexandra Nóbrega, "'O Pássaro na Cabeça' é a história do ser humano e reflete a forma como podemos ser capazes de brincar sem vergonha, mesmo quando a sociedade nos faz acreditar que tudo tem de ser muito sério”.
Em Vale de Barris, também é possível jantar com atores de O Bando e das companhias que este acolhe, aos sábados, desde que sejam reservados lugares com antecedência.
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