“A nossa perspetiva é de olhar para o futuro e pouco para trás. Mesmo nas reposições que temos, há sempre um novo desafio”, realçou a diretora do Teatrão.
Durante a conferência de imprensa de apresentação da programação, que decorreu esta semana, Isabel Craveiro destacou que a programação foi pensada para comemorar os 30 anos de atividade da companhia de teatro de Coimbra, que passou por muitas mudanças, vários sítios e esteve prestes a fechar portas.
“Vamos ter a oportunidade de regressar a alguns trabalhos que nos parece que faziam sentido para a comemoração dos nossos 30 anos, mas também nos 50 anos do 25 de Abril”, referiu.
Entre as reposições estão “Dom Quixote (de Coimbra)”, o espetáculo “mais visto de sempre no Teatrão”, que teve a sua criação original em 2009, uma nova versão em 2016 e surge novamente a partir da próxima quinta-feira e até 13 de janeiro, contemplando sessões para escolas até 02 de fevereiro.
De 19 a 28 de janeiro regressa “Single Singers Bar”, um espetáculo de café-teatro onde se recria um cabaré dos anos 1930, com várias canções famosas do teatro musical norte-americano do século XX, num período que vai dos anos 20 aos anos 70.
“A Grande Emissão do Mundo Português”, uma criação de 2018, reaparece de 16 a 17 de março e de 21 a 24 de março, proporcionando uma viagem pelo estúdio da Emissora Nacional e à época da censura.
Segundo a diretora do Teatrão, este é um espetáculo que fará uma digressão pelas freguesias do concelho de Coimbra, nos dias 6, 7, 13, 14 e 20 abril.
“Os Cadáveres São Bons Para Esconder Mina”, que estreou em 2022, surge novamente de 1 a 5 de maio e de 10 a 13 de maio, para discutir, 50 anos depois, o tempo único passado/presente que habita a cabeça de ex-combatentes com diagnóstico de stress pós-traumático.
No que toca a novas criações, “Exercícios de ser criança e outros aprendimentos”, a partir de Manoel de Barros, será levado a escolas do concelho de Coimbra de 04 a 20 de março e proporcionará sessões para escolas de 20 a 24 de maio e de 3 a 7 de junho. Já as sessões para público geral terão lugar a 25 maio, 1 e 8 de junho.
“Depois de um ciclo de trabalho dedicado a autores portugueses vamos criar, em parceria com algumas escolas básicas do concelho de Coimbra, um espetáculo que se constrói a partir da rica experiência da comunidade brasileira residente em Coimbra, nomeadamente, no contexto escolar e brincar com a língua e a cultura de países irmãos”, indicou.
Outra das novas criações do Teatrão, pensada como um projeto de intervenção que revisita o movimento neorrealista no contexto comemorativo do 25 de Abril, tem estreia marcada para 28 de novembro.
“Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos”, a partir do livro de Alves Redol, pretende provocar o público, tentando perceber qual o papel que os artistas vêm tendo ao longo do último meio século.
“Serve para pensar o que foram os movimentos artísticos que pautam a nossa história e que acompanham movimentos sociais e políticos de relevância”, evidenciou Isabel Craveiro.
Destaque ainda para “A Fantasia Futurista”, que será lançada a 21 de março, precisamente no dia em que o Teatrão assinala os seus 30 anos, enquanto as leituras encenadas estão previstas para os dias 22 a 26 de abril, em diferentes espaços da cidade.
Trata-se do principal projeto que a companhia de teatro conimbricense desenhou para alinhar com as comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril, depois de ter sido levado a cabo um concurso de dramaturgia na lusofonia, para toda a língua portuguesa, e que permitiu a seleção de cinco textos de participantes de Portugal, Brasil, Itália, Argentina e São Tomé e Príncipe.
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