
O músico português Rafael Toral vai apresentar, em estreia mundial, a obra “Traveling Light”, na abertura do Festival de Música de Veneza, em outubro, enquanto a coreógrafa Tânia Carvalho estreia “Ventre do Vulcão” no Festival de Dança, no verão.
O Festival Internacional de Música de Veneza, na sua 69.ª edição, vai ter direção da intérprete e compositora Caterina Barbieri e vai realizar-se entre 11 e 25 de outubro.
Na noite de abertura do festival, o português Rafael Toral faz a estreia mundial de “Traveling Light”, “um novo trabalho que continua a sua exploração das harmonias do jazz através das possibilidades expressivas da guitarra em diálogo com solistas acústicos” como José Bruno Parrinha, Rodrigo Amado, Yaw Tembe e Clara Saleiro.
De acordo com a organização do festival, em comunicado, “Traveling Light” foi desenvolvido a par do disco “Spectral Evolution”, de 2024, “que marcou o regresso de Toral à guitarra elétrica depois de anos de exploração nos domínios da eletrónica e do free jazz”.
Marcado pelo free jazz e pela experimentação, Rafael Toral, nascido em Lisboa em 1967, editou múltiplos álbuns que reúnem esse trabalho exploratório do som com a guitarra elétrica e instrumentos eletrónicos.
O trabalho de Rafael Toral neste campo já vem, no entanto, dos anos 1980, e inclui colaborações com outros artistas portugueses e estrangeiros, como Sei Miguel, Jim O’Rourke, John Zorn, Phil Niblock e os Sonic Youth.
O festival de música de Veneza vai incluir várias outras estreias mundiais e espetáculos com artistas como Chuquimamani-Condori, William Basinski (que vai estrear uma encomenda feita por Veneza), Kamigaku Ensemble, Enrico Malatesta, Christian Fennesz ou bandas como Sunn O))), entre outros.
Já no 19.º Festival Internacional de Dança de Veneza, que acontece entre 17 de julho e 2 de agosto, sob direção de Wayne McGregor, a coreógrafa portuguesa Tânia Carvalho – classificada pela organização como “um dos novos e internacionalmente afirmados expoentes da dança portuguesa” - vai estrear o solo “Ventre do Vulcão”
No mesmo comunicado, a peça é descrita como “um trabalho que funde precisão clássica com movimento expressivo e caótico, espelhando a imprevisibilidade da vida”.
De acordo com o ‘site’ da agência 25, “Ventre do Vulcão” tem já agendada nova apresentação no festival Le Grand Bain, em Roubaix, no norte de França, no próximo ano.
Com amplo trabalho internacional, em particular em França, Tânia Carvalho foi distinguida como cidadã de mérito pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, em 2019, e condecorada pelo Ministério francês da Cultura, em 2023.
O festival de dança vai entregar o Leão de Ouro de Carreira à norte-americana Twyla Tharp, que vai ter a seu cargo a inauguração do evento.
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