No voto, apresentado pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e aprovado por unanimidade, o pianista, de 89 anos, é recordado como “um dos maiores pianistas portugueses do último século e um ilustre pedagogo”.

“Não lhe faltou coragem. Num tempo em que tal não era fácil nem evidente, divulgou no nosso país a grande escola pianística russa”, lê-se no texto aprovado.

O pianista português José Carlos Sequeira Costa morreu na quinta-feira nos Estados Unidos, onde residia, aos 89 anos.

Distinguido em 2004 com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, Sequeira Costa foi um dos nomes mais significativos do piano português no século XX, tendo fundado o Concurso Internacional Vianna da Motta, de quem foi aluno.

Em 1951, Sequeira Costa venceu o Grande Prémio de Paris no Concurso Internacional Marguerite Long, tendo desde então sido um dos nomes de maior projeção nos palcos internacionais.

A convite de Dimitri Chostakovitch fez parte do primeiro júri do Concurso Internacional Tchaikovsky, em Moscovo, no ano de 1958.

Desde 1976 era professor de piano na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos.

Na sessão de hoje foram também aprovados votos de pesar pela morte do escritor e ensaísta João Bigotte Chorão e do historiador Alberto Vieira, ambos apresentados pelo PSD e que foram aprovados por unanimidade.

O ensaísta e crítico literário João Bigotte Chorão, considerado um dos especialistas na obra de Camilo Castelo Branco, morreu no sábado à noite, em Lisboa, aos 85 anos.

"Foi especialmente no campo da crítica literária e da literatura autobiográfica que se notabilizou ao longo de várias décadas", é referido no voto.

Nascido na Guarda em 1933, João Bigotte Chorão formou-se em Direito e trabalhou na Editorial Verbo, na qual coordenou a publicação de várias enciclopédias, entre as quais "Enciclopédia do Século XXI" e "Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia Logos".

Fica conhecido, sobretudo, como ensaísta e autor de uma "crítica humanista ou ontológica, parte da obra para o homem, tantas vezes esquecido numa visão apenas formalista da literatura", como descreve a editora Quetzal, quando publicou "Além da literatura".

O historiador Alberto Vieira, coordenador do Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA), na Madeira, morreu na segunda-feira, vítima de um enfarte.

Alberto Vieira nasceu em 1956 no concelho de São Vicente (Madeira) e era licenciado em História pela Universidade de Letras de Lisboa, doutor em História (nas áreas dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa) e membro da Academia Portuguesa de História.

Desenvolveu trabalhos de investigação, no domínio da História, sobre o meio ambiente e a ecologia, a ciência, a tecnologia, as ilhas, a autonomia, a escravatura, o vinho, o açúcar e as instituições financeiras.

No voto aprovado, foi realçada a "vastíssima obra científica" que "deu um inigualável contributo para o conhecimento da História da Madeira".