"A emigração não é um tema de agora e há muitas razões para as pessoas emigrarem, não tem a ver só com a guerra, pode ter a ver com amor ou não se estar bem num lugar", disse à agência Lusa Claudio Hochman, autor e encenador argentino, que vive em Portugal há 20 anos.
"Pássaro que voa" reúne dezenas de pequenas histórias que Claudio Hochmam começou a escrever há cinco anos, inspiradas em relatos verídicos lidos nos jornais em histórias reais e outras ficcionadas, sempre em torno da ideia de partida de um lugar.
As histórias estão repartidas em dois capítulos e as personagens vão surgindo encadeadas e cruzadas umas nas outras, acompanhadas de ilustrações em lápis de cor, de Carlota Madeira Lopes, de 11 anos.
"Os imigrantes sonham que voam. É uma maneira de poderem regressar à sua terra sempre que quiserem", escreve Claudio Hochman num epílogo, adivinhando os sonhos recorrentes de quem parte para outro país, como o desapego, o confronto com uma língua estranha, o facto de se estar longe de casa.
O autor explicou que muitas das histórias reunidas no livro foram utilizadas em espetáculos que encenou e trabalhou para públicos mais novos, servindo também para encontros com escolas e para a realização de uma exposição sobre o tema.
Claudio Hochman, nascido em Buenos Aires em 1958, vive em Portugal há 20 anos, tem nacionalidade portuguesa e diz sentir-se em casa, mas tem sempre presente a condição de emigrante.
"Os meus pais são argentinos, mas os meus avós são polacos e eu vim viver para aqui, portanto o tema da emigração é recorrente, sim", disse.
O autor escreveu "Pássaro que voa" a pensar nos leitores a partir dos oito anos, mas as histórias são transversais e podem chegar também ao público adulto.
Além de "Pássaro que voa", que sai com selo da Livros Horizonte, Claudio Hochman é ainda autor de "Saudade - um conto para sete dias", ilustrado por João Vaz de Carvalho.
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