Madalena Sá e Costa morreu na segunda-feira, no Porto, aos 106 anos.

Numa mensagem de pesar hoje publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa recorda o seu percurso e apresenta condolências à família.

O chefe de Estado refere que Madalena Sá e Costa era "neta do fundador do Orpheon Portuense e do Conservatório de Música do Porto, filha da pianista Leonilda Moreira de Sá e do compositor Luís Costa, irmã da pianista Helena Moreira de Sá, discípula de Guilhermina Suggia" e considera que se manteve "sempre fidelíssima ao notável legado familiar".

"Tendo integrado orquestras nacionais e trabalhado com os grandes maestros portugueses do seu tempo, atuou com a irmã em trios e quartetos e recebeu diversos prémios ao longo de décadas", acrescenta.

Marcelo Rebelo de Sousa realça depois o seu trabalho como pedagoga que, "até ao fim da sua longa vida, como professora e depois como figura tutelar, formou, acompanhou e encorajou sucessivas gerações de alunos, a quem transmitiu o que desde muito jovem recebera".

Nascida no Porto a 20 de novembro de 1915, Madalena Sá e Costa estreou-se aos 19 anos no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa. Foi professora no Conservatório de Música do Porto e no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga, onde formou dezenas de gerações de músicos.

Ao longo de uma carreira em que trabalhou com maestros como Pedro de Freitas Branco ou Frederico de Freitas, Madalena Sá e Costa recebeu, entre outros, os prémios Orpheon Portuense (1939), Emissora Nacional (1943), Morrisson, da Fundação Harriet Cohen (1958), Guilhermina Suggia/Secretariado Nacional de Informação (SNI), em 1966.

A violoncelista tocou ainda em orquestras, sob a direção dos maestros Ivo Cruz, Fritz Riegger, Jacques Pernood, Gunther Arglebe, Ferreira Lobo, Pedro Blanch e Silva Pereira, e fez parte da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional (1966-84), da Orquestra Sinfónica do Porto (1970) e da Camerata Musical do Porto (1979-89).