Professor da Universidade Nova de Lisboa e diretor do Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas (na Fundação Gulbenkian também foi diretor-adjunto do Serviço de Música e diretor do programa Educação para a Cultura), Rui Vieira Nery é licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa e doutorado em Musicologia pela Universidade do Texas, em Austin.
Rui Vieira Nery desempenhou, entre diversos outros cargos, o de comissário das Comemorações do Centenário da República Portuguesa e de presidente da Comissão Científica da candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).
O Prémio Universidade de Coimbra, no valor de 25 mil euros, distingue uma personalidade de nacionalidade portuguesa que se tenha afirmado por uma intervenção particularmente relevante e inovadora nas áreas da cultura ou da ciência e “pareceu ao júri inquestionável” atribuí-lo a Rui Vieira Nery, que “é uma referência da musicologia portuguesa”, disse o reitor da Universidade de Coimbra (UC), João Gabriel Silva.
O laureado tem “uma intervenção longa” na musicologia portuguesa, “associada à [Fundação Calouste] Gulbenkian, na sua atividade académica”, e “ligado à UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], recentemente ligado à candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade”, sublinhou o reitor, que falava hoje, na Sala do Senado da UC, na sessão de divulgação do nome distinguido com o Prémio Universidade de Coimbra 2018.
Rui Vieira Nery também tem “trabalho em Coimbra”, no “acervo de música barroca portuguesa”, da qual a Universidade possui, “talvez, o principal” património, “vindo essencialmente do Mosteiro de Santa Cruz”, recordou.
Esse trabalho não “está em curso neste momento”, mas Rui Vieira Nery teve um importante papel na divulgação do “valor e da relevância desse acervo”, salientou João Gabriel Silva, admitindo que o Prémio agora atribuído possa permitir que “essa linha de atividade seja retomada” pelo musicólogo – “quem sabe”, concluiu.
Rui Vieira Nery é “inteiramente merecedor do prémio que a UC lhe atribui”, sintetizou o reitor, recordando que o laureado receberá o galardão no Dia da Universidade (1 de março), que este ano assinala o 728.º aniversário, proferindo uma conferência para “partilhar” algum do seu saber.
Ao ser informado da decisão do júri do Prémio Universidade de Coimbra 2018, Rui Vieira Nery manifestou-se “muito satisfeito” e totalmente “surpreendido”, adiantou o reitor da UC, revelando que a escolha do júri foi feita “por consenso”.
Presidido por João Gabriel Silva, tendo como vice-presidentes Inês Oom de Sousa, administradora do Banco Santander-Totta, e Afonso Camões, diretor do Jornal de Notícias, o júri integrou, como vogais, o advogado e gestor António Lobo Xavier, a embaixadora Ana Martinho, o gestor Fernando Freire de Sousa, a diretora do Museu do Fado, Sara Pereira, e os professores da UC Carlos Fiolhais, Lurdes Craveiro, Sérgio Simões e Vítor Murtinho.
O galardão, instituído em 2004, patrocinado pelo Banco Santander Totta e apoiado pelo Jornal de Notícias, já distinguiu o crítico gastronómico José Quitério, o antigo reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa, o cineasta Pedro Costa, o músico e compositor António Pinho Vargas, a cientista Maria de Sousa, o investigador catedrático de química Adélio Mendes e o artista plástico Julião Sarmento, entre outros nomes.
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