A requalificação do museu, financiada em 429 mil euros pelo PRR, “corresponde a um novo capítulo da política para os museus”, afirmou o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, considerando-a “um sinal daquilo que também é possível fazer no quadro do PRR de modernização, de renovação, daquilo que é a oferta dos museus e do património em Portugal”.
O ministro falava no final da cerimónia de reabertura do museu localizado no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, depois de cerca de oito meses de encerramento ao público para concluir a empreitada.
A obra, que inicialmente se previa que impedisse a visitação do espaço durante um período de apenas 20 dias (entre 20 de março e 11 de abril deste ano), acabou por “revelar problemas ao nível do emadeiramento do piso que obrigou à substituição das traves, o que acabou por não ser compatível com a entrada de público”, explicou à agência Lusa a diretora Regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes.
A obra foi iniciada em outubro de 2022, com o prazo de execução de dez meses, “centrou-se, fundamentalmente, na resolução de problemas infraestruturais relacionados com as coberturas, com os sistemas de drenagem de águas pluviais, reparação de rebocos, substituição da estrutura de suporte dos pavimentos e reparação dos sistemas de AVAC [Aquecimento, Ventilação e Ar-Condicionado], intrusão, incêndios e iluminação”, disse a diretora regional na cerimónia de reabertura do museu.
A obra que visou corrigir fragilidades do edifício e infiltrações que punham em causa a conservação do acervo, previa ainda a conservação e desinfestação preventiva dos materiais da reserva do museu, a instalação de rede de ‘wi-fi’ e algumas soluções de interatividade, como a criação de uma visita virtual e a digitalização de 1.546 peças da coleção, em ‘2D’ e ‘3D’, que passarão a estar disponíveis ao público.
O museu José Malhoa alberga o maior núcleo reunido de obras do seu patrono e uma importante coleção de pintura e de escultura dos séculos XIX e XX, assumindo-se como o museu do Naturalismo português.
A coleção ultrapassa os limites do edifício, incluindo uma exposição de esculturas no Parque D. Carlos I, com trabalhos de vários artistas e gerações, como Leopoldo de Almeida, Leonor de Albuquerque Bettencourt e João Fragoso.
Destacando-se por ter sido o primeiro edifício a ser projetado para fins museológicos em Portugal, o Museu José Malhoa, cujo primeiro projeto arquitetónico data de 1940 (da autoria dos arquitetos Paulino Montês e Eugênio Correia), está classificado como imóvel de interesse público desde 2002.
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