Hugh Masekela, músico de jazz sul-africano e ativista anti-apartheid, morreu aos 78 anos depois de uma longa batalha contra um cancro na próstata, avançou a imprensa local esta terça-feira, 23 de janeiro. O artista era considerado o pai do jazz sul-africano.
Com uma carreira com mais de cinco décadas, Masekela ficou conhecido em todo o mundo com sucessos como "Soweto Blues" (1977), um dos hinos do movimento anti-apartheid.
Nascido na cidade sul-africana de Witbank em 1939, Masekela quis aprender a tocar trompete depois de ver Kirk Douglas a tocar um tema de Bix Beiderbecke no filme de 1950 "Young Man with a Horn".
No início da década de 1960, com 21 anos, o músico deixou a África do Sul, tendo estado exilado 30 anos. Durante o período que esteve fora da sua terra natal, Masekela foi incentivado por Dizzy Gillespie e Louis Armstrong a criar o seu próprio estilo, conta a BBC.
Em 1967, o músico sul-africano atuou no Monterey Pop Festival ao lado de Janis Joplin, Otis Redding, Ravi Shankar, The Who e Jimi Hendrix. No ano seguinte, o seu instrumental "Grazing in the Grass" conquistou os principais tops nos Estados Unidos, tornando-se num sucesso mundial.
“Bring Him Back Home”, um apelo à libertação de Nelson Mandela, é outro dos sucessos do músico, sendo considerado um dos hinos da África do Sul moderna. O músico ganhou dois Grammys, o primeiro pelo single “Grazing in the Grass”, no final dos anos 1960, e o segundo, em conjunto com Mboneni Ngema, pelo disco “Sarafina”, em 1987.
Admirado por artistas e milhões de apreciadores de música de todo o mundo, recebeu o prémio Womex 2011, uma homenagem a uma carreira ímpar onde se junta excelência musical, relevo social e impacto político.
Masekela voltou à África do Sul em 1990, depois de Nelson Mandela ter sido libertado.
Em 2012, o músico sul-africano atuou em Portugal no festival FMM Sines.
Nas redes sociais, o ministro das Artes e Cultura da África do Sul, Nathi Mthethwa, descreveu o músico como "um dos grandes arquitetos do afro-jazz".
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