Wu, de 30 anos, atingiu a fama como membro do grupo sino-sul-coreano de K-pop EXO.

O escândalo ganha força e amplitude com o movimento #MeToo, que começou em 2018 na China, quando mulheres denunciaram as suas experiências como vítimas de assédio sexual, às vezes atingindo figuras públicas influentes.

Desta vez, a faísca reacendeu devido à estudante Du Meizhu, de 19 anos, que, numa entrevista no passado domingo, acusou o cantor e ator de a ter violado há dois anos.

Meizhu contou que Kris Wu tentou comprar o seu silêncio com 500.000 ienes (cerca de 3800 euros) e afirmou que levará adiante os "procedimentos legais".

"Vi Du Meizhu apenas uma vez, numa noite com amigos, não a enchi de álcool. (...) Não houve violação", respondeu Wu, que cresceu entre Vancouver e Cantão, numa mensagem divulgada na segunda-feira.

O seu estúdio publicou uma longa resposta às acusações de Du. Negou qualquer ofensa por parte do cantor e garantiu que Wu viu a jovem apenas uma vez, numa festa. Ainda segundo a nota, a jovem teria falsificado seu relato e extorquido milhões de ienes da sua equipa.

"O estúdio já deu início ao processo legal" contra a jovem, anunciou na segunda à noite.

Solidariedade online

As revelações de Du desencadearam uma onda de condenação do ídolo nas redes sociais, assim como demonstrações de apoio à estudante e às vítimas de violência sexual em geral.

O impacto foi considerável, ao envolver uma das figuras chinesas mais lucrativas, cujo rosto era omnipresente em anúncios de todo o tipo no gigante asiático.

Desde segunda-feira, um número crescente de marcas, incluindo a Louis Vuitton, Bulgari, Porsche e a chinesa Tencent Video, anunciaram nas redes sociais que estavam a romper, ou a suspender, a sua colaboração com Kris Wu.

"A Bulgari atribui grande importância ao incidente relacionado com Kris Wu e decidiu encerrar todas as colaborações com ele a partir de hoje", anunciou a marca de luxo esta terça-feira, na plataforma Weibo, o equivalente chinês do Twitter.

A Louis Vuitton também anunciou a suspensão da sua cooperação com o artista.

Nas redes, utilizadores furiosos exigem a outras marcas, como a L'Oreal Men e a Lancôme, que cortem os seus laços com Wu.

Numa nota divulgada na quinta-feira passada, a Lancôme já havia informado que a sua associação com o cantor havia terminado em junho.

Após a entrevista de Du, outras alegadas vítimas surgiram e acusaram a equipa de Wu de comportamento predatório, como convidá-las para festas de karaoke com muitas bebidas alcoólicas na companhia da estrela.

Hashtags usadas para expressar solidariedade à jovem foram desativadas no Weibo e removidas da lista das mais comentadas.

A Associação Chinesa de Artes Cénicas disse na segunda-feira que a punição contra Wu "deveria ser baseada em factos, e não em revelações na Internet". Pediu, no entanto, uma "punição severa", caso fique provado que ele cometeu crimes.

A hashtag "a lei é o mais baixo dos padrões morais" também proliferou no Weibo, com 830 milhões de partilhas, com internautas a denunciar os elevados requisitos exigidos das vítimas para provar um abuso sexual na Justiça.

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