A audiência para a leitura da condenação do antigo magnata de Hollywood Harvey Weinstein, acusado de violar uma mulher há uma década em Beverly Hills, foi adiada esta segunda-feira.

O ex-produtor de 70 anos cumpre uma sentença de 23 anos por agressão sexual num caso julgado em 2020 em Nova Iorque.

Na Califórnia, outro caso coloca Weinstein perante a possibilidade de ser condenado a mais 18 anos de prisão, o que pode deixá-lo atrás das grades por toda a vida.

A 19 de dezembro, Weinstein foi considerado culpado num tribunal de Los Angeles por violação forçada, cópula oral forçada e penetração sexual com um objeto. A identidade da vítima foi preservada no tribunal.

Durante um mês, os doze jurados ouviram depoimentos de mulheres que acusaram Weinstein de encurralá-las em quartos de hotel.

As mulheres, incluindo a atual primeira-dama da Califórnia, Jennifer Siebel-Newsom, detalharam encontros sexuais que teriam ocorrido contra a sua vontade e sob coerção física ou psicológica.

A procuradoria caracterizou Weinstein como um predador que usava a sua influência para pressionar e abusar impunemente de mulheres, aproveitando-se também do seu tamanho físico para intimidá-las.

Segundo a defesa do ex-produtor, os relacionamentos foram consensuais e baseados na ideia de que todos os encontros eram transacionais, com mulheres procurando uma oportunidade na competitiva indústria cinematográfica, na qual ele reinou supremo por muitos anos.

O júri considerou-o culpado de agredir sexualmente uma das mulheres, mas absolveu-o das acusações de agressão a uma segunda mulher e não chegou a um consenso sobre as acusações relacionadas com outras duas acusadoras, incluindo a primeira-dama da Califórnia.

Weinstein apelou do veredito, e uma audiência para ouvir a defesa foi marcada para 23 de fevereiro.

Esta segunda-feira, a juíza Lisa Lench disse que a sentença será lida naquele dia se a petição for rejeitada.

Em junho do ano passado, Weinstein perdeu o seu apelo do veredito e da sentença em Nova Iorque . No entanto, os seus advogados apelaram aos tribunais superiores.

Rumores sobre o comportamento do produtor de "Pulp Fiction" e "A Paixão de Shakespeare", entre muitos outros filmes premiados, circularam durante anos no mundo do cinema, mas não foram contestados até 2017, quando foram publicadas acusações explosivas que levaram muitas outras mulheres a manifestarem-se.

Esta exposição foi considerada a origem do movimento #MeToo, que permitiu que dezenas de mulheres denunciassem a violência sexual no local de trabalho e o abuso de poder.

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