Ouvir fado… uns dizem que nos faz mais tristes – ou pelo menos nostálgicos – enquanto outros apelam à alegria e a uma certa tranquilidade. Tudo depende do fado em questão e de quem o interpreta. O SAPO On The Hop falou com algum do público presente no Caixa Alfama 2014 para tirar a limpo esta questão.

Alfama recebe o Festival Caixa Alfama

Cátia Lopes, 31 anos. “Sou grande adepta e fã do fado”, confessa. “Infelizmente, no ano passado, por motivos pessoais, não pude vir, mas este ano já tinha dito que vinha”, garante-nos Cátia Lopes que ouve fado consoante o seu estado de espírito. “Há de tudo um pouco: há aquele fado mais alegre, que é quando estamos reunidos com os nossos amigos…”, revela esta entusiasta do fado que só o começou a ser quando a universidade, as tunas e o ambiente boémio de Lisboa a conquistou. “Ele [o fado] faz parte do dia”, até o mais nostálgico, e realça as suas fadistas preferidas: “a grande Amália Rodrigues”, Mafalta Arnauth, Lenita Gentil, Ana Moura, Cristina Branco, Kátia Guerreiro, Cuca Roseta, Gisela João – “ando fascinadíssima com elas…” Mas a música mais especial, “por ser pessoal”, é de Mariza: Chuva. “E o Desfado, da Ana Moura”, finaliza.

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Margaret Telo, 42 anos. Em que altura do dia ouve fado? “À noite, até porque prefiro ir às casas do fado”, revela. Não ouve fado em casa, normalmente, mas – apesar de viver na Alemanha – aproveita sempre que vem a Portugal para regressar às origens, como foi o caso deste Caixa Alfama. Mariza, Ana Moura e Carminho são os seus nomes de eleição, e revela que as ouve num “estado de espírito mais triste”. Mas também há “músicas mais alegres ou irónicas, que brincam um bocadinho...”. “Quando as letras são boas, é a emoção”, finaliza.

Ana Bacalhau

Madalena Silva, 51 anos. Ouve fado enquanto trabalha e ao fim de semana – “nas festas” -, apesar de ser moçambicana. “Por influências dos portugueses em Moçambique também aprendemos a gostar de fado”, explica. Os artistas favoritos são Carlos do Carmo e Amália Rodrigues, as referências máximas do fado português. Veio acompanhada por Teresa Silva, 73 anos, que diz ser atraída por este “ambiente” de fado com a comida portuguesa bem presente. Vítor, de 60 anos, completa este trio apreciador de fado. “Quando estou mais contente, mais tranquilo, digamos, ouço fado…”, conclui.

Fotografias: Rita Sousa Vieira