Jesse James, da associação cultural Anda&Fala, promotora do evento, destacou o “regresso ao formato normal do festival” e do “encontro em espaço público, em múltiplos lugares”.

Para a organização do evento, este facto revela-se como “muito importante depois de dois anos em que houve que realizar o festival em outros formatos" impostos pela pandemia da COVID-19.

A décima primeira edição do festival de artes Walk&Talk vai contar com a presença de 46 artistas de várias geografias do globo, desde os Estados Unidos à Finlândia, passando pelo Brasil e México, Espanha e Reino Unido, entre outros, referiu Jesse James na apresentação do evento à comunicação social.

Jesse James destacou a preocupação de criar um leque de artistas “plurais e multidisciplinares”.

Sofia Botelho, também da associação cultural Anda&Fala, destacou que o tema da edição de 2022 é “In the first place” (“Em primeiro lugar”, na tradução livre do inglês), questionando-se “o que vem efetivamente em primeiro lugar”.

“Se quebramos esta lógica hierárquica, que a expressão primeiro sugere, começa-se a falar de múltiplos primeiros lugares, referências e posições, o que enriquece o panorama e o contexto artístico. Independentemente de estarmos a trabalhar numa ilha, ou fora dela, não nos podemos esquecer da riqueza de termos várias vozes e perspetivas”, disse Sofia Botelho.

O Walk&Talk volta a ter, após três anos, a sua “casa” no Largo de São João, junto ao Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, onde será construído um pavilhão temporário assinado pelo Ilhéu Atelier, que acolhe o público e “se abre à cidade como palco principal e ponto de encontro”.

Neste espaço vão estar concentrados múltiplos projetos na área da música, do som, encontros, bem como festas do festival.

Em espaço público vão ser expostas algumas peças que “vão dialogar com exposições em espaço físico interior”, que convida à circulação na ilha e não apenas em Ponta Delgada, segundo a organização do evento, que destacou que a excursão com as visitas temáticas está de volta.

Jesse James apontou que se estreia no festival o projeto Soundsystem, “uma espécie de dispositivo móvel que vai ocupar diferentes lugares da ilha através de sons de escuta, de concertos e conferências, na perspetiva de motivar as pessoas a andarem e a falarem”.

O Walk&Talk conta com o apoio do Governo dos Açores, Direção-Geral das Artes, Município de Ponta Delgada, entre outros parceiros.