O festival aposta forte na criação e na composição musical, através de um diálogo entre a música, literatura e teatro, avançou a vereadora da Cultura de Leiria: “Queremos marcar e sublinhar o processo criativo, a inovação, dando corpo a este projeto com os nossos talentos musicais”, disse Anabela Graça, que deseja potenciar o evento através da “internacionalização junto das 63 cidades criativas da música da UNESCO”.

Esta primeira edição do festival junta talentos experientes e emergentes, explicou, na apresentação, o diretor da Leiria Cidade Criativa da Música (LCCM), Daniel Bernardes: “Como ditam as ‘guidelines’ da UNESCO, há um equilíbrio entre artistas locais e nomes estabelecidos do panorama nacional”, num programa que explora estéticas como “o pop-rock, o jazz e a música erudita”.

A 16 de setembro, no arranque da programação, Surma e o Leirena Teatro vão estrear no Teatro José Lúcio da Silva uma encenação com música original do conto infantil “A maior flor do mundo”, de José Saramago.

Depois, pelo Teatro Miguel Franco passam nos dois dias seguintes o Septeto da Associação Jazz de Leiria, com a cantora Rita Maria, e o Ensemble de Filarmónicas do Concelho de Leiria, dirigido por um maestro internacional, a anunciar.

Celebrando o centenário de José Saramago, “durante estes três dias teremos 17 criações musicais a acontecer em Leiria, encomendas realizadas pela Cidade Criativa da Música”, salientou Daniel Bernardes, acrescentando que todos os compositores se preparam para “um mergulho na obra poética de José Saramago” e daí escreverem música original para aquelas formações.

Na área do jazz tradicional e contemporâneo, vão escrever para o festival compositores locais e referências nacionais como Paulo Santo, Pedro Nobre, César Cardoso, Bruno Santos, Pedro Moreira e Mário Laginha.

Na área da música erudita e contemporânea, as obras terão assinatura de Carlos Azevedo, Anna Victorino d’Almeida, Carlos Brito Dias, João Santos e dois outros nomes a anunciar.

“Para além disto teremos algo que não é absurdo definir como histórico: o primeiro Concurso de Composição Cidade de Leiria”, revelou Daniel Bernardes, lembrando que “a franja de músicos que desenvolve alguma atividade ao nível da composição é muito reduzida”.

“Se não é estimulada através deste tipo de oportunidades, acaba por não florir. Este concurso é fundamental para estimular a criação musical contemporânea”, assumiu.

O concurso lança um repto a compositores de toda a rede mundial das Cidades Criativas UNESCO para criarem música igualmente a partir da obra poética de Saramago. As duas melhores obras nas categorias de jazz e música clássica serão premiadas com dois mil e mil euros, respetivamente, sendo interpretadas durante o festival.

Leiria Cidade Criativa da Música pretende também, a partir do que vai nascer no contexto do concurso e do festival, “ficar com projetos em carteira para poderem circular em concerto”.

“Queremos que septeto e o ensemble possam circular pelas cidades” e, dada “a projeção de um Nobel da literatura como José Saramago” e “a natureza da língua portuguesa e a proximidade com o espanhol, a ideia é também estes projetos promoverem a internacionalização de artistas leirienses”, desejou o responsável por LCCM.

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