Jérémie Moreau, prémio Jovem Talento de Angoulême em 2012, recebeu desta vez o prémio principal da seleção oficial, enquanto a francesa Marion Fayolle, que tem editado em Portugal o álbum "Marotices", foi distinguida pelo júri, presidido por Guillaume Bouzard, pelo seu mais recente álbum, "Les Amours Suspendues".

O prémio do Público foi para a série "Dans le combi de Thomas Pesquet", de Marion Montaigne, que tem disponíveis em Portugal "Vie Des Très Bêtes", e o prémio Revelação foi para a novela gráfica "Beverly", do norte-americano Nick Drnaso, que o Los Angeles Times considerara a melhor obra de BD, nos EUA, em 2017.

Sem tradução portuguesa, "Beverly" está disponível no mercado livreiro português nas versões original, francesa e espanhola.

A revista francesa "Bien Monsieur", de crítica social, fundada por Elsa Abderhamani e Juliette Mancini, em 2015, recebeu o prémio BD Alternativa, e "La Guerre de Catherine", de Julia Billet e Claire Fauvel, foi considerada a melhor obra Infanto-Juvenil.

O Grande Prémio de carreira, anunciado antes da abertura do festival, foi este ano atribuído ao autor norte-americano Richard Corben, 77 anos, pelo conjunto da obra, marcada pelos géneros ficção científica e horror.

O festival teve início na passada quinta-feira, com um alerta para a "precariedade crescente" dos autores de BD, no mundo do trabalho.

Num texto divulgado na abertura do festival, mais de 400 artistas de banda desenhada, entre os quais Lewis Trondheim e Guillaume Bouzard, alertam para a situação de precariedade vivida por muitos artistas, desenhadores e autores, em particular no mercado editorial franco-belga.

Os subscritores exigem "uma reflexão profunda e global", que envolva todos os intervenientes do mercado livreiro, para discutir o estatuto, a proteção social e as remunerações dos autores.

Considerado o mais importante evento europeu dedicado à banda desenhada, o festival de Angoulême deu este ano especial atenção à banda desenhada japonesa (manga), em particular a autores como Naoki Urasawa e Hiro Mashima, e prestou homenagem aos autores suíço Cosey, Grande Prémio de 2017, e ao francês Jacques Martin, falecido em 2010.

A 45.ª edição do Festival de Angoulême encerra este domingo.