"Estes festivais têm uma pegada ambiental expressiva. A pegada ambiental de um festivaleiro é 1,8 superior, quase o dobro, dessa mesma pessoa enquanto cidadão normal. (...) É fundamental aproveitar estes espaços, que congregaram no ano passado dois milhões de pessoas, para poder experienciar boas práticas com vantagens no próprio festival e nos comportamentos que se vão adquirir", disse o ministro aos jornalistas.
João Matos Fernandes falava no final da assinatura dos contratos com alguns dos 18 festivais de música que se candidataram ao programa "Sê-lo Verde", de apoio financeiro para adoção de medidas que reduzam o impacto ambiental.
Esta primeira edição do "Sê-lo Verde" contemplará medidas propostas por 18 festivais de música - e não 21 como o ministério do Ambiente anunciou anteriormente -, num apoio financeiro total de 472 mil euros, provenientes do Fundo Ambiental.
Num panorama com mais de 200 festivais de música em Portugal, João Matos Fernandes considera excelente que na primeira edição sejam apoiados 18 festivais e "60 medidas muito relevantes", como a utilização de copos recicláveis, campanhas de informações sobre uso de transportes coletivos ou reutilização ecológica de materiais nos recintos.
"Queremos ter bons resultados do ponto de vista ambiental e queremos multiplicar nos anos mais próximos", disse o ministro do Ambiente, embora a continuidade do programa "Sê-lo Verde" esteja dependente dos resultados obtidos na aplicação das medidas nesta primeira edição.
Entre os 18 festivais de música que terão apoio financeiro do programa estão o Douro Rock (Régua), o Milhões de Festa (Barcelos), o Bons Sons (Cem Soldos), o Alive (Oeiras), Vagos Metal Fest (Vagos) e o festival de Paredes de Coura.
O Vagos Metal Fest tenciona aplicar as medidas já em agosto, quando cumprir a segunda edição, e está confiante que a mensagem sensibilizará os espectadores, disse o promotor Ivo Salgado à agência Lusa.
"Os nossos festivaleiros vão gostar muito; há aquele estigma que o 'metaleiro' é mau e sujo, mas não, são uns queridos e civilizados e vão gostar muito destas medidas", disse, elencando a existência de palestras sobre ambiente, exibição de vídeos entre concertos e um copo ecológico.
No caso do NOS Alive, em julho, em Algés (Oeiras), o promotor Álvaro Covões referiu à Lusa que o apoio financeiro do "Sê-lo Verde" "vai ajudar a melhorar as medidas de racionalidade ambiental".
Serão reforçadas quatro medidas neste festival, nomeadamente a reciclagem dos copos de plástico, a promoção do uso e partilha de transportes coletivos e o tratamento, recolha e reciclagem de lixo para reutilização dos materiais em peças de mobiliário.
O programa "Sê-lo Verde" foi criado para incentivar os promotores de festivais a adotarem medidas que sensibilizem para a proteção do ambiente, melhorem a eficiência energética, reduzam o impacto ambiental e promovam uma melhor gestão de recursos.
O "Sê-lo Verde" irá apoiar festivais de música de média dimensão (entre 5.000 e 25.000 espectadores) e festivais de grande dimensão (com mais de 25.000 espectadores), e atribuirá o máximo de 20 mil euros, por medida proposta.
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