"Educação Sentimental - A Coleção Pinto da Fonseca" dá título a esta mostra, "com trabalhos inéditos e icónicos", segundo um comunicado do museu, e irá estar patente entre 20 de setembro e 13 de janeiro de 2019.

Esta mostra abre a nova temporada de exposições com uma seleção de obras de uma coleção particular de arte contemporânea, construída ao longo das décadas de setenta e oitenta do século XX, por António Pinto da Fonseca.

Álvaro Lapa, Joaquim Rodrigo, Menez, Paula Rego, José de Guimarães, Dacosta, Vespeira, Rui Chafes, Vieira da Silva e Arpad Szenes, entre outros artistas, vão estar representados na exposição com obras provenientes desta coleção privada.

"Não se trata de um recomeço, mas de uma revisão histórica, não a de António Pinto da Fonseca, pai, mas a de Victor Pinto da Fonseca, filho. A visão curatorial do ponto de vista de quem cresceu com a coleção e acompanhou a sua evolução, e que aprendeu sobre a arte e sobre a vida a partir da interação com o seu desenvolvimento", explica o museu.

"É uma seleção que alia a razão ao coração, e a memória histórica à memória afetiva: Educação sentimental", acrescenta a nota.

A exposição vai ser acompanhada por um catálogo que inclui as obras expostas, e outras que não figuram na mostra, uma biografia de António Pinto da Fonseca e um texto crítico de João Silvério.

Está igualmente prevista a apresentação de um documentário sobre a coleção.

“Esta coleção de arte é uma mistura de vozes dentro da minha cabeça, uma mistura de memórias, recordações múltiplas e precisas do meu passado com o meu pai, uma viagem no tempo, dos momentos de aquisição e outras histórias enriquecedoras, que representam o que eu realmente sinto e penso, consequentemente também uma educação sentimental!", lê-se no comunicado que cita Victor Pinto da Fonseca.

António Pinto da Fonseca (1933-1992) nasceu no Porto, licenciou-se em direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e viveu em Luanda, até ao final dos anos 1970, onde nasceram os seus dois filhos.

Em Angola, enquanto jurista ficou conhecido por defender causas políticas ligadas ao Movimento Pela Libertação de Angola.

Naquela época, também se distinguiu por desenvolver e liderar inúmeros projetos empresariais, dos quais se destaca a realização do Autódromo Internacional de Luanda, obra de arquitetura que foi na altura, considerada revolucionária.

Em Lisboa, e de regresso a Portugal no final dos anos 1970 dedica-se ao universo da arte contemporânea, como colecionador, e no apoio direto e filantrópico a numerosos artistas estabelecidos com quem entrou em contacto, nomeadamente, Marcelino Vespeira, Malangatana, Costa Pinheiro, Menez, René Bertholo, José de Guimarães, Pedro Cabrita Reis e José Pedro Croft.