Com origem na palavra grega théatron, que significa "lugar onde se vê um espetáculo", esta forma de arte foi a primeira casa de vários atores, muito antes do surgimento da televisão e das exuberantes produções cinematográficas de Hollywood.
Estando sempre a par dos acontecimentos, não podíamos deixar passar esta data em branco sem prestar o devido tributo, sendo que o Dia Mundial do Teatro já vem a ser comemorado desde 1961, altura em que o Instituto Internacional do Teatro decidiu criar a data, fazendo com que várias organizações culturais apresentassem espetáculos teatrais para comemorar, com direito a acesso gratuito (conforme se tem mantido até aos dias de hoje).
Os géneros teatrais são vários, desde a comédia ao drama, e o número de obras apresentadas é de perder a vista, desde o mítico "Édipo Rei", do grego Sófocles, ao português "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente.
Contudo, num contexto mais atual, pedimos a alguns atores da peça "The Motherf**ker with the Hat", que esteve em exibição no Teatro do Bairro, em Lisboa, que nos falassem um pouco sobre a sua experiência com esta forma de arte.
Salvador Nery: "O teatro começou por ser uma procura minha. Eu acredito mesmo que o teatro é para o ator, o que o ginásio é para o atleta, ou a pista de tartan para os maratonistas. É aqui que tu ganhas quilómetros, rodagem, e não existem takes. Sempre fui um ator que foi crescendo através do trabalho e da experiência, e eu acredito que quanto mais teatro eu fizer, mais preparado eu vou estar, e melhor me vou conhecer a mim mesmo de modo a perceber como funciono. Acho que o teatro é uma incubadora. É algo que surgiu na minha vida, mas que eu fiz questão de ir à sua procura para puder descobrir que tipo de ator é que eu sou e o que gosto de fazer."
Tiago Felizardo: "Eu gosto de fazer um pouco de tudo, mas certamente que prefiro o teatro. É muito mais rewarding para mim. Na televisão é tudo muito rápido, e está tudo a acontecer ao mesmo tempo. Não pretendo denegrir a televisão, de todo, mas entre os dois é a minha escolha."
Matilde Breyner: "Eu também prefiro o palco, sem dúvida. Não sei se deva dizer que é mais complicado, porque são duas técnicas diferentes, e tu simplesmente podes rever-te mais numa do que na outra. Representar é a nossa base, mas aqui todo o nosso trabalho de preparação é totalmente diferente daquilo que se faz na televisão. Na televisão tu ligas e desligas. Fazes vinte cenas por dia, vinte coisas diferentes. Ligas e desligas num estalar de dedos, e se não ficou bem tu podes emendar, e aqui não. Aqui (teatro) tu tens toda uma preparação até chegar o teu momento. É aquilo que vai valer e ponto final. Aqui não se volta atrás, por isso sim, o teatro acaba por ser mais gratificante. No entanto, não quero com isto dizer que és mais ou menos por estares a fazer televisão ou teatro, porque a nossa base é a representação, e essas comparações são estúpidas, porque tudo se resume à tua preferência e aquilo com que te identificas mais. Eu, claramente, identifico-me mais com o teatro."
Por fim, resta fazer nossas as palavras do encenador da referida peça, John Frey, e dizer que o teatro está para ficar, apostando na capacidade de se reinventar com o passar do tempo. "Seja em português, ingês, espanhol ou italiano", o teatro não vai parar, e nós agradecemos.
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