“Shitz”, de Hanoch Levin, “O misantropo”, de Molière, “Um gajo nunca mais é a mesma coisa” e “Não come nem deixa comer” são quatro criações da companhia que, no próximo dia 24 de abril, comemora 50 anos de existência, remontando à sua estrutura original.

Shakespeare, Thomas Bernhard, Gary Owen, Isabela Figueiredo, Ilse Losa, Jorge Amado são outros autores para a temporada, que também vai contar com outras companhias, para a celebração do cinquentenário, com dança e com música de criadores como Ricardo Ribeiro, Lena D´Água e Salvador Sobral.

A CTA é a herdeira do Grupo de Teatro de Campolide, fundado por Joaquim Benite, em 24 de abril de 1971, um conjunto de jovens atores, com os quais, um ano depois, venceu o prémio da crítica para o teatro amador com a encenação de “Vida do Grande D. Quixote de La Mancha e do Gordo Sancho Pança”.

Em 1977, o grupo profissionalizou-se e instalou-se no Teatro da Trindade, em Lisboa. Um ano depois, no âmbito do movimento de descentralização cultural, o grupo fundado e dirigido por Joaquim Benite, até à morte do encenador, em 2012, instalou-se em Almada, que assumiu como casa e por nome, optando pela nova designação, Companhia de Teatro de Almada.

Na apresentação da programação, na sexta-feira, o diretor da CTA, Rodrigo Francisco, lembrou o “enraizamento” da companhia nesta cidade da margem sul do Tejo e no envolvimento da autarquia na fundação de dois teatros municipais e do Festival Internacional de Teatro, que este ano conhecerá a 38.ª edição.

Em 2021, a CTA acolhe as principais estruturas de criação nacional, como a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Companhia Nacional de Bailado, o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Nacional São João e a Orquestra Gulbenkian, reunindo, “em ano de comemoração”, os parceiros estruturais desde a sua fundação, disse Rodrigo Francisco.

A programação contempla ainda a apresentação de um conjunto de companhias independentes, de norte a sul de Portugal, e a revalidação de propostas para os mais novos, que, nos últimos meses, têm esgotado as sessões de espetáculos para a infância, acrescentou.

“Comemoramos os 50 anos da Companhia num ano em que o simples facto de estarmos juntos nos coloca perante novos desafios”, disse o diretor da CTA, acrescentando que, ao longo de 2021, o cinquentenário será celebrado “de várias formas”.

Rodrigo Francisco ressalvou, porém, que a CTA está “consciente dos “obstáculos” que irão enfrentar ao anunciar uma programação anual, no contexto em que se vive.

“Fazemo-lo pelo nosso público. E porque se, nos últimos 50 anos, quem nos precedeu tivesse baixado os braços, nós não teríamos aqui chegado”, frisou.

“Gostava de estar vivo para vê-los sofrer”, de Max Aub, “António e Cleópatra” e “Hamlet”, de Shakespeare, “A força do hábito”, de Thomas Bernhard, “Killology”, de Gary Owen, “Quarto Imprério”, a partir de Isabela Figueiredo, “A noite de Molly Bloom”, de Sinisterra, “Lorenzaccio”, de Musset, “À espera de Godot”, de Beckett, e “Um, dois, três!” completam as propostas de teatro para adultos desta temporada da CTA.

No que respeita a espetáculos para a infância, as propostas são “Händel... lá com essa música!”, “O romance da raposa”, “Dona Raposa e outros animais”, “Pastéis de nata para Bach”, “Ilse, a menina andarilha”, “Planeta dança”, “O gato Malhado e a andorinha Sinhá”, “O fantasma das melancias”, “Patapapúm”, “Os gatos", “Verdi que te quero Verdi”, “O barbeiro de Sevilha” e “Gulliver”, num total de 13 propostas diferentes, que vão da abordagem do universo musical e operático, ao universo de autores como Ilse Losa e Jorge Amado, e às suas criações para a infância.

“Trabalhos de casa”, “Inverno”, “Seis meses depois”, “Mastercass CNB” e “AmarAmália 2020” são as propostas de dança para 2021, envolvendo estruturas como a CNB e a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo.

No que respeita a música, das doze propostas para esta temporada constam concertos de Ricardo Ribeiro, Lena D´Água, Salvador Sobral, Cais do Sodré Funk Connection e The Legendary Tigerman.

Espetáculos com o Quarteto Ibéria e dois concertos pela Orquestra Gulbenkian, um com direção musical de Nuno Coelho e outro com direção musical de Johannes Klumpp, estão também entre as propostas da CTA para a celebração dos seus 50 anos.

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