O Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian está encerrado há mais de um ano para obras de remodelação, no âmbito de um projeto de ampliação do jardim da fundação e do novo Parque Urbano da Praça de Espanha.

Uma das iniciativas que o centro de arte desenvolveu, enquanto está encerrado ao público, é o projeto CAM em Movimento, hoje inaugurado e apresentado à imprensa, com a exibição de arte em carruagens de comboios e em contentores, no jardim da fundação e espalhados pela cidade.

"Tudo o que estamos a fazer agora são experiências para preparar a reabertura", afirmou à agência Lusa o diretor do CAM, o crítico de arte francês Benjamin Weil, escolhido para o cargo em dezembro passado.

Na apresentação aos jornalistas, Benjamin Weil descreveu o CAM em Movimento como um "momento de transição, ideal para experimentar novas formas de exposição".

"Uma vez que o centro de arte está encerrado queremos estender a mão aos visitantes e que a experiência da arte faça parte da vida quotidiana de todos", explicou.

Quem utilizar as linhas ferroviárias de Sintra e de Cascais encontrará dois comboios cujo exterior foi apropriado pela arte, respetivamente, de Didier Fiúza Faustino e de Fernanda Fragateiro.

A de Didier Fiúza Faustino intitula-se "Tatuagem", conta com elementos pictóricos que remetem para os passageiros, como se o comboio "fosse testemunho de centenas de histórias individuais", como contou o artista aos jornalistas.

Fernanda Fragateiro revestiu um comboio reproduzindo visualmente uma escultura que está exposta em Londres, intitulada "Não ligar", composta por vários fios de seda paralelos e em tensão, e que assume novas interpretações num suporte em movimento, explicou.

Quem percorrer o jardim da Gulbenkian encontrará um contentor onde estará em exibição um ciclo de obras audiovisuais, a começar por uma de João Onofre, "Untitled (N'en finit plus)", que ficará até novembro, sendo depois substituída por obras de Lida Abdul, Pedro Barateiro e Fernando José Pereira.

Segundo a Gulbenkian, está prevista ainda a instalação de uma obra de Rui Toscano na Praça Fonte Nova e uma de Carlos Bunga na Ribeira das Naus.

Tendo assumido a direção do CAM há poucos meses, sucedendo no cargo Penelope Curtis, Benjamin Weil afirmou à agência Lusa que não tem ainda "totalmente estabelecido" o projeto que pretende para o centro de arte renovado, e cuja reabertura está ainda sem data marcada.

"Não temos um projeto totalmente estabelecido, mas uma coisa muito importante é apresentar a coleção em muitos formatos distintos. Por exemplo, fazer uma exposição temática clássica, outra para explorar o trabalho de um artista em relação com outro artista; também trabalhar com a ideia de poder apresentar obras fora do edifício, com outras instituições", disse.

Benjamin Weil sublinhou o conceito que pretende para o CAM: "A ideia é alguém poder entrar no CAM e desfrutar da experiência de arte, que pode ser por 15 minutos, dez minutos ou duas horas, ou relacionado com um passeio no jardim".

O curador considera que a coleção de arte moderna da fundação "tem uma identidade muito forte e resulta de um processo não só de aquisição de obras".

"Cada obra está aqui por um motivo. E um motivo muito importante para mim é a ideia de apoiar os artistas. E depois partilhar com o público. Isso determina uma identidade única e particular", opinou.

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