“O conjunto dos cinco volumes de diários de José Saramago fica totalmente disponível nas livrarias a partir de dia 1 de fevereiro, data em que é publicado 'Cadernos de Lanzarote V', diário que termina no ano anterior à atribuição do Prémio Nobel da Literatura”, em 1998, afirma a editora.

A capa da nova edição de “Cadernos de Lanzarote V” exibe o título escrito segundo a caligrafia da jornalista e escritora Leonor Xavier.

Nas reedições dos anteriores diários, as caligrafias escolhidas foram as da pintora Graça Morais, do designer José Santa-Bárbara, do jornalista José Carlos de Vasconcelos, e da escritora Nélida Piñon.

Desde o início da publicação das obras de José Saramago pela PE, foi desenvolvido um design pelo ateliê Silvadesigners, que visava homenagear a cultura lusófona, sendo convidadas personalidades de distintas áreas a caligrafar os títulos das capas dos livros do Prémio Nobel.

Este ano, a Porto Editora prevê concluir a reedição da totalidade da obra de José Saramago, com a sua chancela.

Depois dos "Cadernos de Lanzarote - Diário V", seguir-se-ão "A Bagagem do Viajante", em março, "O Caderno", em abril, "Deste Mundo e do Outro", em maio, e "A Segunda Vida de Francisco de Assis", em junho, completando a edição da obra completa do Nobel português neste grupo editorial, ainda no primeiro semestre deste ano.

Referindo-se ao quinto e último volume dos diários de Saramago, a editora afirma que neste título acompanha-se “o relato da vida quotidiana do escritor, dos episódios íntimos da criação literária às mais corajosas tomadas de posição, nos quatro cantos do mundo”.

Ao catedrático de Literatura Carlos Reis, na sua obra “Diálogos com Saramago”, o escritor explicou a razão de iniciar a escrita diarística: “Senti a necessidade de dar passos mais miúdos, passos mais pequenos; e esses só podem aparecer num diário, que tem características que não são as desejadas, por parece que os meus críticos gostariam mais de ver ou de ler profundas reflexões filosóficas, quando do que se trata, para as pessoas a quem isso possa interessar, e que são os meus leitores, é de dar-lhes a saber o que me acontece”.

José Saramago publicou o seu primeiro livro, “A Viúva”, em 1947, que saiu, por razões editoriais, com o título “Terra do Pecado”.

Até 2010, ano da sua morte, José Saramago “construiu uma obra incontornável na literatura portuguesa e universal”, segundo a editora, totalizando 40 títulos, entre eles, “Caim”, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, “O Evangelho segundo Jesus Cristo”, ou “Todos os Nomes”.

As suas obras encontram-se traduzidas em dezenas de idiomas, tendo Saramago recebido, entre outros, o Prémio Camões, em 1995.

Em 2007, o escritor instituiu em Lisboa uma fundação com o seu nome, que tem por objetivos a difusão da literatura, a defesa dos Direitos Humanos e do meio ambiente, tomando como documento orientador a Declaração Universal dos Direitos Humanos.