A Academia do Cinema e Televisão Britânica (BAFTA) suspendeu esta sexta-feira Noel Clarke, após acusações de assédio e agressão sexual que este desmente.
Apenas a 10 de abril, o ator, realizador, argumentista e produtor fora distinguido pela Academia pela contribuição para o cinema, que inclui a trilogia de filmes britânicos "Hood" ("Kidulthood - Jovens Rebeldes", "Adulthood" e "Brotherhood").
"À luz das acusações" formuladas, a Academia, que entrega todos os anos os prémios BAFTA, "tomou a decisão de suspender imediatamente e até novo aviso" a sua filiação e o prémio.
Conhecido ainda pelas séries "Doctor Who" e "Viewpoint", Clarke é ainda o protagonista, argumento e produtor executivo de "Bulletproof", uma das séries de maior destaque do canal Sky, que este sexta-feira suspendeu "de imediato" qualquer envolvimento com a sua estrela.
Na quinta-feira, o jornal The Guardian publicou uma investigação onde 20 mulheres que tiveram contacto com Clarke, de 45 anos, acusam-no de assédio sexual, toques e comportamentos inadequados entre 2004 e 2019.
O ator e cineasta negou estas acusações e anunciou a sua intenção de se defender.
"Numa carreira com 20 anos, dei prioridade à inclusividade e diversidade no meu trabalho e nunca tive uma queixa contra mim", afirmou.
"Se alguém que trabalhou comigo se sentiu alguma vez mal, ou como tendo faltado ao respeito, peço sinceras desculpas", acrescentou, negando "veementemente" qualquer "ato condenável".
Acusada de ter atribuído o prémio mesmo já sabendo das acusações, a Academia disse numa carta aos seus membros ter tratado o caso "com a maior seriedade" e não ter agido antes porque apenas recebera denúncias anónimas, com detalhes vagos em segunda e terceira mão, e não diretamente das alegadas vítimas.
Lamentando que as mulheres que acusam Clarke não se tenham sentido capazes de dar os seus testemunhos como fizeram ao The Guardian, a Academia avançou que não lhe teria atribuído o prémio se os tivesse recebido diretamente.
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