Nik Kershaw. De repente, no meio da agitação do dia a dia, este nome pode não lhe vir à memória. Mas se ouvir os versos de "The Riddle" ("... near a tree by a river, there's a hole in the ground, where an old man of aran, goes around and around...") ou refrão de "Wouldn't It Be Good" ("Wouldn't it be good to be in your shoes, even if it was for just one day? Wouldn't it be good if we could/ wish ourselves away?") provavelmente saberá de quem estamos a falar.

O cantor britânico de 60 anos atua esta quinta-feira, 8 de março, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e, na sexta-feira (9), viaja até ao Coliseu do Porto. Mas antes de subir a palco conversou com o SAPO Mag.

"Boa tarde. É do estúdio de Nik Kershaw? Estou a ligar porque tenho uma entrevista marcada". "Olá, é o próprio", responde, bem humorado. Ser o próprio a atender os telefonas dos jornalistas seria, certamente, algo impensável para o britânico nos anos 1980-1990, década em que conquistou os principais tops de música do mundo, com temas como "I Won't Let the Sun Go Down on Me" ou "Wide Boy".

"Comecei a minha carreira há uns 40 anos. Foi há muito tempo. Lembro-me que no início tocava em bandas locais, em bandas da escola. Atuava em festas e foi muito bom para aprender", relembra Nik Kershaw, acrescentando que depois tudo foi evoluindo naturalmente.

Nik Kershaw

"Lembro-me muito bem do meu primeiro concerto a solo, como Nik Kershaw. Foi em 1984", recorda. A partir daí seguiram-se centenas de espetáculos: "Acho que tive grandes momentos na minha carreira. Um que destaco e do qual as pessoas se lembram é o Live Aid, em 1985. Foi um dia muito especial. Mas tive muitos, muitos bons espetáculos ao longo dos anos".

No concerto nos concertos em Portugal o cantor vai recordar os principais temas da sua carreira. Será uma viagem por todos os discos, promete. "Vou tocar as canções mais antigas e as mais recentes, todos os hits. Vou recordar as canções dos meus álbuns até agora. Vai ser uma grande variedade de canções. Vou ter uma banda em palco, que adoro. Vai ser uma festa", frisou em entrevista ao SAPO Mag.

"Não vou a Portugal há algum tempo. A última vez que estive aí fui ao Algarve, uns dias. Mas já toquei aí uma vez, em Lisboa", recorda, sublinhando que foi "um concerto muito bom".

Nik Kershaw nunca deixou a música, mas a digressão de 2018 é uma das maiores dos últimos anos. "É bom estar de volta ao palcos, estou  feliz por estar em digressão. Fico muito contente pelas pessoas virem aos meus concertos", confessa o cantor natural de Bristol, em Inglaterra, deixando uma promessa: "Quem for aos concertos, não se vai desapontar. Vai ser uma festa, um bom momento".

Considerado por Elton John com um dos melhores compositores da sua geração, Nik Kershaw soma vários sucessos na sua carreira. "The Riddle" é um deles. "A canção faz parte do segundo disco que eu gravei. Foi lançado pouco tempo depois do meu primeiro álbum e tive pouco tempo para escrever as canções. Poucas semanas. E 'The Riddle' foi a última canção que escrevi para o disco e escrevi-a muito rapidamente", recorda.

Ouvido por milhares de pessoas, a estrela dos anos 1980-1990 está atenta aos sucessos da atualidade. "Oiço rádio às vezes. Mas oiço música muito variada. Gosto, por exemplo, de Ed Sheeran e de James Arthur. Acho que a minha banda favorita são os Imagine Dragons. Adoro-os. Há muita coisa boa por aí", frisa.

Sobre as novas formas de consumir música, Nik Kershaw não tem dúvidas que os serviços de streaming são uma boa ferramenta: "É algo que tem um grande impacto na indústria da música e para as pessoas que fazem música. É bom, mas temos de aprender a trabalhar com isso. É toda uma nova forma das pessoas consumirem música. É algo bom".

"A música é vida, é a minha vida. Música, para mim, é como respirar: não conseguia viver sem ela", atirou o cantor no final da conversa com o SAPO Mag. Antes do adeus, houve ainda tempo para falar da vida de Madonna em Lisboa. "É muito improvável que Madonna vá ao meu concerto. Mas se fosse e se fizéssemos um dueto, cantaríamos 'Like a Virgin'", gracejou.