A convite do Talkfest, o fórum de discussão sobre festivais de música que está a decorrer em Lisboa, o promotor foi convidado a falar de estratégias de internacionalização de eventos de música, em particular em tempo de recessão económica.

"Eu não acredito que os políticos e o Governo resolvam qualquer tipo de situação. Os políticos e o Governo não são empreendedores. Tem que ser a sociedade civil a inverter isto", disse.

O promotor, que organizou o primeiro festival de música em 1995, deu como exemplo o festival Optimus Alive, criado em 2007 e que tem apostado no mercado estrangeiro. "O festival foi criado para agradar aos portugueses e atrair estrangeiros", disse.

Em 2012, Álvaro Covões congratulou-se por ter conseguido atrair 17 mil espetadores estrangeiros para aquele festival de verão, oriundos sobretudo do Reino Unido e Espanha, mas também da Austrália, México ou Chile. Este ano quer consolidar a internacionalização do festival para compensar a perda de poder de compra dos portugueses.

A promotora do festival tem bilhetes à venda em Espanha, Reino Unido, frança, Alemanha, Suíça e Bélgica, e fez acordo com a TAP para venda de viagens com descontos.

Álvaro Covões admitiu que "os recursos não são muitos" para fazer campanhas no exterior -sem ajudas públicas na área do turismo - mas revelou que ja foram vendidas 260 viagens de estrangeiros para Portugal e cerca de 2.500 bilhetes para a edição deste ano do festival, em julho.

"É um trabalho de formiga, mas temos que avançar. A música é sempre o parente pobre das elites políticas, mas nao podemos olhar para o Estado como se fossem os nossos pais", disse Álvaro Covões.

O fórum Talkfest, organizado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, termina na sexta-feira.

@Lusa