Na sexta-feira tocam o pianista britânico John Tilbury, que interpretará em estreia uma peça composta pelo músico português Vítor Rua, e o norte-americano Dustin O´Halloran, que mostrará o álbum "Lumiére", a editar no final de Fevereiro.
No sábado entram em cena o alemão Alexander von Schlippenbach, que esteve recentemente no festival Out.fest, no Barreiro, e o britânico Andrew Poppy.
"O fio condutor é o piano e quisemos fazer um fim-de-semana especial que expande a oferta de programação que temos feito no Maria Matos. Não é um festival, mas é um evento generoso, porque dá às pessoas a oportunidade de ouvirem coisas muito diferentes", disse à Lusa o programador, Pedro Santos.
É por isso que nas duas noites os músicos não foram agrupados por proximidade estética entre eles, de modo a que o espectador possa escutar tanto jazz e música erudita como incursões experimentais e pop ao piano.
O primeiro solo será com John Tilbury, que interpretará a última de seis peças escritas por Vítor Rua de propósito para o pianista, intituladas "What Time Is It?".
Tilbury, de 75 anos e considerado um importante nome da música improvisada, gravou cinco dessas composições em 2003 e no concerto de sexta-feira a sexta obra será gravada em vídeo para posterior edição em DVD, explicou Pedro Santos.
Nessa noite tocará ainda, em estreia em Portugal, o norte-americano Dustin O´Halloran, de 39 anos, que se dedicou a uma carreira a solo depois de ter integrado o grupo Devics, com Sara Lov.
Influenciado por Debussy e por outros compositores do Romantismo, Dustin O´Halloran gravou dois álbuns de solos de piano, compôs para a banda sonora "Marie Antoinette", de Sofia Coppola, e prepara-se para lançar no final do mês o álbum "Lumiére", que apresentará em Lisboa.
"Tem uma linguagem clássica, mas com arranjos que têm um sentido pop", referiu o programador.
No sábado estará o músico alemão Alex von Schlippenbach, de 72 anos, fundador da Globe Unity Orchestra, laboratório de jazz e improvisação.
A noite encerrará com o britânico Andrew Poppy, de 56 anos, nome associado à corrente minimalista e à electrónica e que tem uma longa relação de trabalho com artistas portugueses, desde finais dos anos 1980.
"Foi o orquestrador e arranjador de muitos músicos, mas continuou sempre à margem da música pop", explicou Pedro Santos.
Bernardo Devlin, Vítor Rua, Jorge Lima Barreto e António Pinho Vargas foram alguns dos músicos portugueses com quem Andrew Poppy trabalhou, assim como o actor Luís Castro e a companhia Karnart.
Este é o segundo "Fim-de-semana Especial" que o Teatro Maria Matos organiza na temporada 2010/2011, depois de uma iniciativa semelhante em Dezembro passado.
@SAPO/Lusa
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