Os concertos do Palco Optimus começaram com Gomez. Para a hora, em comparação com os dias anteriores, a movimentação dentro do recinto era já grande. Em frente ao palco principal iam-se acumulando pessoas: umas sentadas, outras de pé; umas já a guardar lugares para os espectáculos que se seguiam; outras mesmo para apreciar Gomez. Um concerto tranquilo, ideal para um fim de tarde solarengo, mas que se podia ter realizado num palco de menores dimensões.
A contrastar com a calma de Gomez vieram osDropkick Murphys. Os norte-americanos vindos de Boston misturam com o pesado rock/punk que tocam uma sonoridade bem europeia: o folk. Desta forma, aos habituais instrumentos presentes numa banda (guitarras, baixo, bateria) juntam-se em palco outros menos comuns, como o banjo, o acordeão, a flauta e uma gaita-de-foles (tocada por um membro da banda vestido com uma kilt). O concerto animou a plateia, que se encontrava cada vez mais preenchida.
A noite começou ao som das influências balcãs e ciganas dos americanos Gogol Bordello. Desta forma, a animação e a energia transitaram de um concerto para o outro. Os espectáculos da banda não deixam ninguém ficar parado. Impossível não dançar, saltar e fazer a festa ao som do reportório do grupo, que apresentou temas bem conhecidos do público, como Purple, e outros mais recentes, do novo álbum, “Trans-Continental Hustle”, como foi o caso de My Companjera.
Embora a vontade de dançar e saltar fosse muita, nesta altura já se tornava complicado sair do lugar. É que a grande hora estava cada vez mais próxima e nunca antes o recinto tinha estado tão cheio. Eram 23 horas quando os Pearl Jam subiram ao palco.
Desde a primeira nota que o carismático Eddie Vedder conquistou o público que estava ali, em grande parte, só para ver a sua banda.
O concerto ficou marcado pela simpatia do vocalista, por solos virtuosos e pelas várias demonstrações de apreço por Portugal. Entre elas, o discurso preparado por Eddie, em português (“O português é muito difícil”, afirmou), onde anunciou, para tristeza dos fãs, o fim da tournée europeia, não tendo apresentado datas de regresso. Ficou, no entanto, a promessa de não ser uma pausa definitiva.
Também a dedicação de uma canção inédita a Portugal foi uma das formas de Eddie Vedder demonstrar o carinho que sente pelos lusitanos. “Portugal, Portugal”, assim era o refrão dum tema, que terminava com a vontade expressa do líder dos Pearl Jam se mudar para cá, se o pudesse fazer.
Foram muitos os êxitos que desfilaram ao longo do concerto: Just Breath, Why Go e como não podia deixar de ser, Better Man. O público esteve imparável, do início ao fim do espectáculo, entoando todos os temas com grande emoção.
Descontraído, a beber e a fumar, a paixão com que Eddie Vedder se entregou às músicas foi sentida por todos. No final do concerto, desceu até à plateia e, de um lado ao outro, saudou as pessoas que se encontravam nas primeiras filas.
Ao longo de cerca de duas horas, ninguém arredou pé e, se mais tempo houvesse, maior teria sido o concerto. Os Pearl Jam regressaram duas vezes ao palco. Ao som de Alive, Eddie abriu sobre o palco uma bandeira portuguesa, que levou consigo, no final, para o backstage.
Foi um espectáculo que não desiludiu os 45 mil que compraram bilhete e fizeram esgotar este último dia do Alive10!
A noite terminou com os LCD Soundsystem que, com a sua mistura de sonoridades (electro/punk/rock/disco), conseguiram conservar ainda uma plateia considerável em frente ao palco, que dançou freneticamente durante a hora de duração do concerto. Foram revisitados alguns temas mais recentes, como All my Friends, e tocados outros, do novo disco, “This is Happening”, como o já bem conhecido single Drunk Girls.
A par de todos estes concertos, o Palco Super Bock contou com as actuações de Girls, Sean Riley and The Slowriders, Mike Snow, The Big Pink, Peaches, Simian Mobile Disco, Crookers e Boys Noize.
No Palco Optimus Clubbing actuaram também nomes bem conhecidos: Legendary Tigerman apresentou o seu novo album "Femina" e contou com a participação de várias artistas femininas. O fim do Alive ficou a cargo dos Homens da Luta, que começaram a sua actuação às 3 da manhã.
Mas, de facto, as atenções estiveram todas viradas para o Palco Optimus. O sucesso desta edição foi tão grande(com números de adesão sempre superiores aos 35 mil) que a organização prometeu mais para o ano. Já foram avançadas, aliás, as datas: a 7, 8 e 9 de Julho de 2011 há mais Optimus Alive!
Fotos: Ricardo Costa e Rúben Viegas
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