
A iniciativa é de um grupo de admiradores da fadista falecida em 1999, entre eles a sua última secretária, Leonilde Henriques, e que se autointitula “Os Amalianos”.
“Pretendemos homenagear a maior voz de Portugal no mês do seu aniversário”, disse à Lusa Leonilde Henriques.
De acordo com os registos oficiais, Amália da Piedade Rebordão Rodrigues nasceu em Lisboa no dia 23 de julho de 1920. Nas diferentes entrevistas que deu em vida, a fadista afirmava que tinha nascido “no tempo das cerejas”, nunca precisando a data.
A homenagem, com entrada livre, está prevista para as 16:30 e “abrirá com uma introdução feita pelo ator Víctor de Sousa”.
O grupo Alma de Coimbra, com arranjos corais e instrumentais de Augusto Mesquita, interpretará temas do repertório da fadista, como “O fado de cada um”, “Fado Amália”, “Gaivota” ou “Fado português” e ainda temas de José Afonso, como “Menina dos olhos tristes”, ou de Cesária Évora, neste caso a canção “Sôdade”.
Augusto Mesquita foi o autor dos arranjos interpretados pelo Coro dos Antigos Orfeonistas de Coimbra, aquando da cerimónia de trasladação do corpo da fadista para o Panteão.
“O Alma de Coimbra apenas canta música portuguesa ou da lusofonia e reconhecemos o grande valor artístico de Amália, daí termos escolhido quatro temas seus quando publicamos o nosso primeiro CD”, disse Augusto Mesquita.
O coro será acompanhado por Inês Mesquita ao piano, Luísa Mesquita, no contrabaixo, e Daniel Tapadinhas, no trompete.
A fadista Mísia, que será acompanhada por Luís Cunha (violino), Sandro Daniel Costa (guitarra portuguesa), João Bengala (viola) e Pedro Santos (acordeão), interpretará temas do seu repertório, como “O manto da Rainha”, um tema de sua autoria que canta no Fado Menor e que é uma homenagem à diva.
Em declarações à Lusa, Mísia defendeu a contemporaneidade do legado de Amália Rodrigues que, “durante décadas, esteve presente nas programações dos melhores palcos do mundo”.
“Amália nunca vai morrer, pelo contrário, ela torna-se mais contemporânea através da sua obra e da sua influência cultural e musical nas novas gerações”, disse a fadista.
Mísia acrescentou ainda que "sente que o mito amaliano, foral e universal, tem de facto uma força que o tempo reafirma”.
A fadista, que interpretará “Rapsódia Amália”, afirmou que, “no ano da oficialização do fado como património imaterial da humanidade”, este “não tem melhor representante do que Amália Rodrigues”.
Referindo-se à cerimónia de domingo a fadista afirma-se “honrada” por participar e refere-se a ela como um “ritual de evocação”, celebrado regularmente, "graças à incomensurável saudade e incansável empenho de Leonilde Henriques”.
Amália Rodrigues protagonizou uma das mais internacionais carreiras da música ligeira portuguesa, tendo atuado nos mais diversos palcos, do Olympia, em Paris, ao Lincoln Center e ao Holywood Bowl, nos Estados Unidos, onde gravou o primeiro álbum.
A fadista e atriz atingiu recordes de popularidade em vários países, como o Japão, México, Itália, França, Roménia, Líbano, Brasil e Estados Unidos, onde atuou ao lado de Marlene Dietrich, Edith Piaf e Danny Kaye, entre outros.
@SAPO com Lusa.
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