O ex-Beatle, casado pela segunda vez com a artista plástica japonesa Yoko Ono e pai extremoso do filho Sean, tinha-se tornado pacifista quando foi baleado nas costas em frente ao edifício Dakota, situado no bairro residencial onde vivia, no Central Park. O músico acabara de completar 40 anos, e se estivesse vivo teria completado 70 no passado dia 9 de Outubro.
O assassino, Mark Chapman, um jovem instável de 25 anos, admitiu a autoria do homicídio e afirmou que fez o que fez para chamar a atenção. Condenado a prisão perpétua, cumpriu pena na prisão de Attica, no norte de Nova Iorque. Chapman teve a liberdade condicional negada seis vezes, a última em Setembro passado.
A viúva opôs-se à libertação do assassino do seu marido por temer por sua própria segurança e pela do filho, Sean Lennon, hoje com 35 anos.
Vídeo - A morte de John Lennon, o nascimento deJim Morrisone outros acontecimentos de 8 de Outubro:
Uma morte que nunca é esquecida
Ano após ano, os fãs do líder dos 'Fab Four' concentram-se nos dias 9 de Outubro e 8 de Dezembro numa área do Central Park baptizada de "Strawberry Fields", uma alusão ao títuloda emblemática canção dos Beatles. Um mosaico no chão tem a inscrição "Imagine", uma das músicas mais famosas compostas por Lennon em 1971, apósa dissoluçãodos "quatro jovens de Liverpool".
"Todos os meus alunos conhecem 'Imagine', uma música que até se ouve no elevador e na sala de espera do dentista", confidenciou à AFP Robert Thompson, professor de cultura pop da universidade de Syracuse (norte de Nova Iorque).
"O auge dos Beatles e de John Lennon a solo já tinha passado quando ele morreu, mas o seu assassinato pôs um ponto final ao sonho de ver os Beatles reunidos novamente e transformou de imediato John Lennon numa lenda", acrescentou, comparando-o a James Dean, Elvis Presley ou Michael Jackson.
Por outro lado, "Lennon morreu, mas Yoko Ono não. Ela ocupou-se de manter a chama acesa", completou Robert Thompson, para quem John Lennon, com os óculos redondos, os cabelos longos e comentários pacifistas, simbolizou uma época.
No ano passado, Yoko Ono organizou uma exposição sobre os anos de John Lennon em Nova Iorque, e a viúva mantém activo o site http://www.johnlennon.com/.
Lennon na televisão, no cinema... e nos leilões
No final de Novembro, a televisão americana exibiu "LENNONYC", realizado por Michael Epstein, que relata a vida nova-iorquina do autor de "Working Class Hero".
Por outro lado, a primeira biografia filmada sobre o mais famoso dos Beatles, "Nowhere Boy", obra de Sam Taylor-Wood, estreou-se em Outubro passado nos Estados Unidos, coincidindo com os 70 anos do nascimento do músico.
O culto do artista até chega às casas de leilões: o manuscrito de "A Day in the Life", uma das canções mais famosas do grupo, foi arrematado em Junho passado por 1,2 milhão de dólares, mais do dobro do previsto.
SAPO/AFP
Videoclip de "Imagine":
Videoclip de "Working Class Hero":
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