Mantendo-se fiel à sua premissa, o festival reúne ao longo de cinco dias nomes relevantes da música de fusão/urbana, como os The Very Best, Tom Vek e Health, num cartaz onde se destacam também alguns dos mais entusiasmantes projectos da actualidade: Owiny Sigoma Band, Sun Airway e Floating Points.

O evento arranca hoje com a actuação dos The Grasspopers, o novo projeto de Milton Gulli que reúne diversos músicos, referências do reggae e dub nacionais. Durante uma semana, o colectivo esteve reunido em estúdio, tendo editado o resultado dessas sessões num disco em formato digital e disponibilizado para download gratuito. O concerto, que acontece no Festival, será a única vez que se apresentarão ao vivo.

Seguem-se os Beatbombers, projecto que junta Dj Ride a Stereossauros, contará com a participação especial de Rodrigo Amado. Aquilo que os Beatbombers têm para nos dar é medido em músculo: beats, scratch e vontade em dançar.

Jacques Greene faz a estreia em Lisboa onde apresenta a remistura oficial do single do último disco dos Radiohead, «Lotus Flower». A banda britânica comissariou a Caribou e Jacques Greene as duas primeiras remisturas do seu último disco. Em Lisboa, Jacques Greene apresenta um novo «Lotus Flower» e revela no clubbing a razão pela qual é apontado como um dos nomes a ter em atenção nos próximos tempos.

A primeira noite do Jameson Urban Routes termina com o set de Jorge Caiado, vencedor da última edição da Redbull Academy, nome emergente da cena clubbing nacional.

O dia 21 será dedicado às sonoridades indie. Os portugueses Dear Telephone apresentaram-se recentemente com o teledisco «Providence» e rapidamente conquistaram a nação. Enquanto o disco não chega, os Dear Telephone andam pelo país, em concerto, provando a qualidade do projecto e o merecido entusiasmo que têm recebido. Em Setembro, foram responsáveis pela primeira parte de Anna Calvi, no Porto.

Seguem-se os Sun Airway, banda norte-americana que chega pela primeira vez à Europa para apresentar o disco de estreia, editado no final do ano passado. Apontados como um dos nomes a ter em conta nos próximos tempos, a chegada a Portugal acontece poucos meses depois de terem editado o EP «Wild Palms» e de terem participado no Pitchfork Festival, em Chicago.

Micachu quase dispensa apresentações: londrina, responsável por formar o excelente projecto Micachu and the Shapes, segue nova aventura desta vez por detrás dos pratos, onde terá preparado um dj set que viajará pelo universo das suas referências musicais.

Finalmente, Matt Didemus. A metade da dupla canadiana Junior Boys, regressa a Lisboa para desconstruir. É que os dj sets de Matt são um híbrido entre o universo musical que usa para compor nos Junior Boys e as novas tendências do clubbing. Para fechar a noite, Pan Sorbe.

O rock este ano assume uma nova preponderância na programação do Jameson Urban Routes.

No dia 22, os projetos portugueses Throes e The Shine juntam-se em palco para mostrar a razão pela qual foram uma das grandes surpresas da edição deste ano do festival Milhões de Festa.

O rock gritante dos Throes combinado com o kuduro lírico dos The Shine promete aquecer o Musicbox, antecedendo um dos grandes concertos do Jameson Urban Routes: os americanos Health. É um aguardado regresso a Lisboa, que acontece numa altura em que a banda prepara o seu próximo álbum a editar no início do próximo ano. Novos temas em consonância com o passado brilhante dos Health fazem deste projeto um dos grandes destaques da edição deste ano.

O clubbing promete ser memorável com a estreia em Portugal de Floating Points. O produtor britânico, co-fundador da editora Eglo Records, é um dos nomes de destaque do clubbing internacional e as suas produções têm sido alvo de elogios de gente como Mary Ann Hobes e Gilles Peterson. A noite completa-se com outro senhor de bom gosto, Mike Stellar.

A segunda semana do Jameson Urban Routes tem início com a atuação do português Old Jerusalem, que acaba de lançar o seu quinto álbum, tido como um dos discos do ano da música nacional. O trabalho que Old Jerusalem tem desenvolvido ao longo dos anos coloca-o, merecidamente, em posição de destaque na lista dos cantautores nacionais. Este novo trabalho, homónimo, reúne o consenso da crítica e é aplaudido.

Tom Vek, que em 2005 nos brindou com o genial disco de estreia «We Have Sound», faz finalmente a estreia em Portugal, pouco tempo depois de ter lançado o segundo disco Leisure Seizure, trabalho que segue uma linguagem pop, que pisca o olho ao rock. Na primeira sessão de clubbing da noite, o dj e produtor francês Joakim mostra uma vez mais em Lisboa a razão pela qual é tido como um dos mais influentes e importantes nomes da eletrónica da década passada. Recentemente, lançou o seu novo disco e promete rodar alguns dos temas desse trabalho, bem como trazer até à pista do Musicbox todo o soul e funk possíveis, incorporados na distinta electrónica francesa.

Rui Murka, que no passado já partilhou a cabine com o produtor francês, encerra a noite.

O último dia da 5ª edição do Jameson Urban Routes move-se em torno da World Music.

A festa tem início com os portugueses Tigrala que apresentam um espectáculo especial para o Festival. Seguem-se os Owiny Sigoma Band, projeto que reúne músicos britânicos e quenianos. Ao longo do ano, a banda, que editou o seu disco de estreia pela Brownswood Recordings de Gilles Peterson, tem-se afirmado como um dos grandes destaques deste ano da World Music, fazendo o género chegar a locais até hoje pouco comuns para esta tipologia de espetáculo: aos clubes.

Os The Very Best regressam a Lisboa em formato dj set com o Mc (mestre de cerimónias) Mo Laudi. Em 2010, foram um dos grandes destaques do Festival Sudoeste e passearam mundo fora a fazer a primeira parte dos concertos dos Vampire Weekend. Conhecidos pelos seus espectáculos extremamente dançáveis, os The Very Best prometem incendiar o Cais do Sodré. O festival termina com o afrotropicalismo de Granda e Me Dá Só Sangue.

À semelhança das edições anteriores, a entrada é livre no primeiro dia. Para os restantes o bilhete custa 12€ com oferta de um Jameson.