International Society for Music Information Retrieval (ISMIR) é o nome da instituição que reúne, de segunda-feira a 12 de outubro, cientistas de todo o mundo para debater trabalhos numa área de estudo que tem sido impulsionada pela revolução que ocorreu no armazenamento e distribuição de música, através de meios informáticos. Em Portugal, o evento é organizado pelo INESC Porto - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto.
O crescente interesse sobre esta área pode ver-se, segundo Fabien Goyon, um dos organizadores, pelo facto de a primeira conferência desta sociedade, realizada em 2000, “ter tido umas poucas dezenas de pessoas dos Estados Unidos, enquanto hoje são mais de 250 e vem gente de toda Europa, do Japão, etc.”
A presença neste encontro de investigadores ligados a empresas como a Google, Shazam ou Last FM ajudam também a perceber a importância que, nos últimos anos esta área tem despertado. O interesse pela investigação, segundo Fabien Goyon, tem “acompanhado o crescimento no mundo empresarial, com casos como o iTunes, e o aumento da venda ‘online’ de música”.
Em Portugal há, segundo o investigador, trabalhos realizados em áreas como a recomendação automáticas de música ou de ferramentas para exploração em grandes bibliotecas de temas. Um exemplo é o RAMA (http://rama.inescporto.pt/app/), do INESC Porto, que elabora mapas com as ligações entre músicos e géneros.
“Esta pesquisa é motivada pelo desejo de oferecer aos amantes da música, profissionais da música e da indústria da música, com métodos robustos, eficazes e viáveis, ferramentas para ajudá-los a localizar, recuperar e experimentar a música que deseja para ter acesso. É uma área realmente interdisciplinar, envolvendo pesquisadores das disciplinas de musicologia, a ciência cognitiva, biblioteca e ciência da informação, ciência da computação e muitos outros”, diz.
A gestão de grandes volumes de informação de música não é a única área a que são aplicadas as descobertas dos investigadores desta 13.ª conferência, organizada em parceria com o Teatro Nacional de São João. A elaboração de música por máquinas é outra área. Daí o programa incluir uma série de concertos, onde será possível ouvir, entre outras atuações, um guitarrista ser acompanhado de improviso por um computador.
@SAPO/Lusa
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